Desempenho do setor no Estado ficou abaixo da média nacional; Veja também: Imóveis de um quarto têm os preços mais altos da Capital; e Aumenta o número de pequenos negócios criados no Brasil
As vendas do comércio varejista em Minas Gerais cresceram 4% este ano, considerando as vendas até o mês de outubro. O desempenho do comércio mineiro ficou abaixo das vendas nacionais, que cresceram um pouco mais, 5%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), e foram divulgados nesta quinta-feira (12pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta das vendas em Minas, apesar de positiva, foi o quinto pior resultado das unidades da federação pesquisadas no País. Seis atividades contribuíram para o desempenho das vendas em Minas Gerais. A maior elevação durante o ano foi observada no setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com alta de 64,1%.
As demais atividades foram:
- artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,7%),
- outros artigos de uso pessoal e doméstico (11,1%),
- hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,2%)
- móveis e eletrodomésticos (3%),
- tecidos, vestuário e calçados (2,6%).
O analista do IBGE responsável pela pesquisa em Minas Gerais, Daniel Dutra, explica que o peso de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação não é relevante para o indicador final. E atribui a alta daquele grupo às vendas esporádicas de duas grandes empresas no Estado que acabam impactando o índice.
Hipermercados e produtos alimentícios caem
Dutra avalia que o que mais impacta o índice positivamente é a performance dos hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, grupo responsável por 50% do peso do indicador total. “O crescimento segue próximo ao índice nacional, ambos subiram em média 4%”, diz.
Para o sócio-diretor do Supermercado 2B, Gilson de Deus Lopes, a queda no poder de compra da população causada pela inflação reduz o consumo e inibe um crescimento maior. Ele afirma que percebe uma melhora no mês de novembro (mês não captado pela pesquisae aguarda um desempenho positivo no último trimestre com as festas de final de ano.
Lopes ainda avalia que o que mais tem afetado o setor dos supermercados é a “concorrência com as bets”, referindo-se ao mercado de apostas. “O pessoal transferiu a renda para outro setor. Isso tem nos afetado, virou um concorrente”, afirma.
No campo negativo, a demanda de caiu significativamente nos dez primeiros meses deste ano, com queda de 9,5%. Dutra explica que o comércio é uma atividade muito sensível à inflação e que os combustíveis foram itens que tiveram altas bem específicas este ano.
O economista do C6 Bank, Heliezer Jacob, também atribui o resultado negativo do grupo ao fraco desempenho dos combustíveis e do atacado de alimentos. “Estes setores têm sido impactados pela inflação alta”, diz.
Ainda de acordo com os números do IBGE, também registraram redução nas vendas os segmentos de livros, jornais, revistas e papelaria, com recuo de 9,1%.
Comércio recua pela quinta vez no ano em Minas Gerais
Na passagem de setembro para outubro, o comércio varejista em Minas Gerais recuou 0,5%, o quinto resultado negativo no Estado no ano. Para o economista do IBGE Daniel Dutra, os resultados já refletem um desaquecimento do setor.
Ele lembra que Minas Gerais tem apresentado um ano com altos e baixos. Nos 10 meses de 2024, os cinco primeiros foram positivos e o cinco seguintes apresentaram majoritariamente resultados negativos, com quatro recuos e apenas um avanço.
Outubro de 2024 foi melhor que o de 2023 para o comércio de Minas Gerais
Na avaliação mensal, ou seja, com relação ao mesmo mês de 2023, o crescimento das vendas em Minas foi de 3,5% no décimo mês do ano, ante a outubro do ano passado. No Brasil, a alta foi de 6,5% em relação ao mesmo mês no ano passado, registrando a 17ª taxa consecutiva no campo positivo.
Nesse comparativo mensal, seis dos oito segmentos analisados contribuíram para o desempenho do comércio mineiro. Foram eles:
- móveis e eletrodomésticos (12,4%),
- tecidos, vestuário e calçados (11,2%)
- artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,9%)
- equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (6,3%),
- outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,4%),
- e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,4%).
Na contramão, a atividade comercial de combustíveis e lubrificantes, que tem apresentado recuos sucessivos, teve baixa de 2,1%. O outro recuo foi observado nas vendas de livros, jornais, revistas e papelaria (-5,2%).
Diario do comercio