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Dólar bate R$ 6,20 e fecha no maior nível da história: economista explica disparada da moeda americana

Publicada em: 18/12/2024 06:29 - Notícias

André Valério, economista do Banco Inter, explica que descrença com pacote de gastos do governo federal corrói moeda brasileira

 

O dólar bateu R$ 6,20 ao longo desta terça-feira (17e fechou o dia a R$ 6,095 - o maior valor nominal da história. Foi o segundo dia consecutivo que a moeda americana renovou o recorde.

A nova alta aconteceu após o Comitê de Política Monetária (Copomdo Banco Central (BCafirmar que há uma descrença no pacote fiscal de corte de gastos, apresentado pelo governo federal, e que existe uma expectativa de aumento da inflação.

Apesar da ata do BC ter sido divulgada nesta terça, o mercado já vinha se manifestando há alguns dias. Na segunda-feira (16), a moeda fechou o dia a R$ 6,092 - uma alta de 1,04% em relação ao pregão anterior.

 

André Valério, economista sênior do Banco Inter, explica o que está causando a alta do dólar.

“O real tem se desvalorizado consistentemente ao longo de 2024 por dois motivos: Por um lado, vemos um movimento global de valorização do dólar, reflexo da economia americana mais aquecida que o esperado, crescendo relativamente mais que o resto do mundo. Por outro lado, há as questões domésticas, que têm pesado mais nos últimos meses”, afirma.

Entre as questões domésticas está o pacote fiscal de corte de gastos, apresentado pelo governo federal. O economista explica que a proposta foi recebida com desconfiança pelo mercado e tem feito a moeda nacional desvalorizar.

“A grande questão continua sendo a incerteza fiscal, que piorou consideravelmente com o anúncio do pacote fiscal de corte de gastos, que foi visto como tímido. Ao mesmo tempo, o governo anunciou a isenção do imposto de renda para aqueles que recebem até R$ 5 mil por mês, desfazendo parte do esforço fiscal. Desde então, o mercado sofre com a incerteza da aprovação do pacote no Congresso, que até o momento não foi votado”, explica Valério.

 

Dólar deve cair se Congresso aprovar pacote de corte de gastos

O economista afirma que o dólar deve recuar, caso o Congresso aprove integralmente o pacote fiscal, da mesma forma que foi proposto pelo governo federal. No entanto, a redução deve ser tímida.

“Caso isso ocorra, devemos observar uma diminuição do pessimismo, o que irá permitir uma valorização do real, mas não esperamos uma valorização significativa, apenas o suficiente para manter o câmbio abaixo do patamar de 6 reais”, comenta.

Para Valério, será difícil uma diminuição significativa da moeda no próximo ano.

“A médio prazo, o compromisso do Banco Central em entregar a inflação na meta e a ausência de novas surpresas fiscais contribuirá para uma melhora adicional do câmbio. Ainda assim, dado o tamanho do desafio fiscal, não observamos espaço para uma valorização muito grande do real ao longo de 2025. Esperamos que o câmbio encerre 2024 cotado a R$ 5,95, e fique em 2025 por volta de R$ 5,70", finaliza.

 

Itatiaia

 

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