Cerca de 140 mil vagas de trabalho foram criadas no Estado no ano passado
Estado teve o terceiro maior saldo de vagas de trabalho no País em 2024, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro
O saldo de empregos formais em Minas Gerais em 2024 cresceu 1% em relação ao saldo registrado em 2023, conforme dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (30pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em todo o ano passado, foi registrado um superávit de 139,5 mil vagas com carteira assinada no Estado.
Assim, o Estado apresentou um estoque de 4,910 milhões de postos de trabalho, um aumento de 2,9% em relação ao estoque de 2023, quando terminou o ano com 4,770 milhões de vagas com carteira assinada.
Ainda de acordo com o Caged, em dezembro, mês que historicamente apresenta retração na geração de empregos, Minas Gerais obteve o fechamento de 68,6 mil vagas de trabalho. O déficit foi 40,3% maior ao registrado no mesmo mês de 2023, quando o Estado apresentou saldo negativo com o fechamento de 48,8 mil vagas de emprego.
No País, o saldo de empregos em 2024 foi de mais de 1,69 milhão postos de trabalho. O resultado foi fruto de mais de 25,5 milhões de admissões e 23,8 milhões de desligamentos no mês. O saldo ficou positivo em todas as unidades da federação.
Em um recorte estadual, Minas Gerais teve o terceiro maior saldo de vagas de trabalho no País em 2024, atrás apenas dos estados de São Paulo (459,3 mile do Rio de Janeiro (145,2 mil).
Geração de empregos em Minas Gerais por setores
Quatro dos cinco grandes grupos de atividade econômica do Caged encerraram o ano de 2024 com saldo de vagas positivo em Minas Gerais.
São eles:
- serviços (74,7 mil),
- comércio (28,8 mil),
- indústria (28,5 mil)
- e construção (9,3 mil).
Os setores de serviços e construção registraram redução no saldo de empregos em relação aos números de 2023, enquanto o comércio e a indústria registraram aumento.
Na direção oposta, a agropecuária apresentou saldo negativo no ano. O setor registrou o fechamento de 1,9 mil vagas de empregos com carteira assinada no período, o que reduziu o desempenho do Estado. Em 2023, o agro mineiro apresentou saldo positivo com a geração de 1,1 mil postos de trabalho.
Saldo de empregos por setores em dezembro
Especificamente no mês de dezembro, todos os cinco grandes grupos de atividade econômica do Caged encerraram com saldo de vagas negativo em Minas Gerais. Os resultados são os seguintes:
- comércio (-3,2 mil),
- agropecuária (-7,7 mil),
- construção (-12,5 mil),
- indústria (-13,8 mil),
- e serviços (-31,2 mil).
Exceto a agropecuária, todos os setores registraram aumento no fechamento de vagas de empregos no último mês do ano em relação aos números de dezembro de 2023.
Tendência é de menor geração de empregos em Minas e no Brasil
A economista da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Cibele Santiago, aponta que o crescimento econômico acima das expectativas puxou o aumento no saldo de empregos em Minas e no Brasil como um todo. “Esse avanço estimulou a criação de tantos empregos, que elevou a renda das famílias e o consumo foi impulsionado, o que gerou oportunidades em vários setores, desde ocupações básicas até funções que exigem maiores qualificações”.
Ela destaca que, no Estado, o cenário foi mais favorável pela grande atração de investimentos no setor produtivo, que fortaleceu a economia regional e contribuiu para o resultado.
Com uma base de comparação alta em 2024, que reduz o espaço para aumentos expressivos no saldo de empregos, e a perspectiva de taxa básica de juros (Selicem patamar elevado e desaceleração econômica em 2025, a tendência é de estabilização no mercado de trabalho.
“A indústria de transformação e a construção civil podem ser que continuem pressionadas pelo ciclo de altas da taxa de juros e, consequentemente, com o encarecimento do crédito nos próximos meses. Esses são os fatores que vão limitar os investimentos e as contratações nos próximos meses”, analisa Cibele Santiago.
O economista da Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas), Paulo Casaca, aponta que os setores de comércio e serviços, após passarem por um “boom” na geração de empregos no pós-pandemia, agora têm um nível de ociosidade menor e, por consequência, diminui sua possibilidade de crescimento no saldo de vagas de trabalho.
“Hoje tudo que envolve serviços está funcionando a pleno vapor, então a capacidade do setor de gerar mais emprego em cima dessa consolidação é pequena, porque há pouca ociosidade”, disse. Ele também destaca o baixo desemprego, que, no nível mínimo histórico, diminui a força de comércio e serviços em buscar novos profissionais no mercado de trabalho.
“A gente está batendo no limite de ociosidade tanto na oferta de emprego, de número de trabalhadores disponíveis para serem ocupados no setor, quando na demanda de emprego, que é a empresa contratando gente. Sem sombras de dúvidas, 2025 será um ano de menor crescimento ainda no saldo de empregos, tanto para Minas quanto para o Brasil”, analisa.
Itatiaia / Diario do comercio