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Mesmo com dólar alto e falta de mão de obra, setor de panificação cresce em MG

Publicada em: 11/02/2025 06:44 - Notícias

De acordo com a Receita Federal, 400 padarias foram abertas por mês no Estado

Atendendo as expectativas, o setor de panificação em Minas Gerais registrou um ano positivo em 2024 e alcançou os 8% de crescimento esperado. Em todo o Estado as padarias, confeitarias e demais empresas do segmento já somam 28,1 mil pequenos negócios, dos quais 63% são microempreendedores individuais e 31% se tornaram microempresas, conforme dados do Sebrae Minas. O número, de acordo com a instituição, é 11,46% maior que o de 2023, quando a atividade viveu uma fase de expansão. 

 

Em todo o Estado, de acordo com dados da Receita Federal, uma média de 400 padarias foram abertas por mês no ano passado, prova da força e do crescimento constante do segmento. O presidente do Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão), Vinícius Dantas, afirma que o setor está realmente em ascensão mesmo com a alta do dólar, as dificuldades com mão de obra e a instabilidade econômica do País.

“Quem se preparou e investiu, se deu bem”, diz. Ele ressalta que quem apostou em equipamentos conseguiu suprir a falta de mão de obra, um dos grandes empecilhos alegado por ele para um melhor desempenho da panificação. “Mercado existia, consumo existia, mas quem não conseguiu avançar, não conseguiu por falta de mão de obra”, observa.

A dificuldade de encontrar trabalhadores dispostos a chegar antes das 6h da manhã ou sair próximo das 22h, é o principal entrave na Panificadora Coração Eucarístico, no bairro de mesmo nome, na região Oeste de Belo Horizonte. De acordo com Jaqueline Marotta, que auxilia o tio na administração da panificadora, já por conta da falta de mão de obra, há anos esse é um dos principais problemas do negócio da família.

Ela conta que por falta de transporte público, os que precisam chegar antes das 6h da manhã, precisam sair por volta de 4h de casa por falta de opção de transporte e nem sempre os colaboradores estão dispostos a isso. “Fora os que saem próximo de 22h, que também acabam chegando em casa de madrugada. É bem difícil”, lamenta.

Carência virou oportunidade

O superintendente da rede de Supermercados e Padaria Verdemar, Leandro Souza, fez da carência uma oportunidade. Ele conta que diante da falta de trabalhadores, eles optaram por mudar as estratégias e formar os colaboradores internamente. “Além de buscarmos a mão de obra o tempo todo, optamos por formá-los e dar melhores oportunidades internamente. Aqui, confeiteiros e padeiros têm diversas oportunidades. Vemos pelo lado positivo, que bom que está tendo alta demanda e nosso desempenho têm permitido contratar este profissional”, diz.

 

Além da mão de obra, os preços dos insumos são uma ameaçam, de acordo com Dantas. Apesar da moeda americana ter alcançado níveis recordes no ano passado, ele explica que o empresário do trigo não conseguiu repassar os valores em função da baixa de consumo em geral. “O trigo não atende só a panificação. Há trigo disponível e não há consumo correlato, por enquanto, estamos tranquilos. O trigo significa 30% do custo principal, e a retenção de mão de obra foi mesmo o que mais demandou investimentos”, observa.

Unidades de pequeno porte podem fechar em 2025

Dantas pondera, entretanto, que o resultado positivo não pode ser generalizado. É uma média do setor que está em ascensão. Porém, segundo ele, há unidades de pequeno porte que sofrem mais diretamente com a falta de mão de obra, se tornando, para ele, um entrave para o crescimento. 

“Há pequenas unidades, assim como todos, sofrendo muito com esta carência. Então, este tipo de negócio que têm mais dificuldade ou menor porte para grandes investimentos, podem não conseguir se manter abertos. Será um ano que devemos ver algumas unidades pequenas realmente fechando”, diz. 

 

 

Diario do comercio

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