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Em quase 10 anos, os casos de violência contra mulheres trans aumentaram mais de 1000%

Publicada em: 15/05/2025 06:47 - Notícias

Homossexuais e bissexuais também foram alvo de violência em maior escala, com um crescimento de 35% nos casos registrados

 

Um cenário alarmante de violência contra a população LGBTQI+ tem sido registrado no Brasil. Segundo um relatório anual produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipeae pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o período entre 2014 e 2023 revelou um aumento expressivo em casos de violência contra alguns grupos específicos.

 

Os dados indicam um aumento de 1110% nos casos de violência contra mulheres trans. Homossexuais e bissexuais também foram alvo de violência em maior escala, com um crescimento de 35% nos casos registrados. Pessoas trans e travestis viram os registros de violência contra si aumentarem em 43%.

Segundo Gregory Rodrigues, coordenador estadual da Aliança Nacional LGBT+, o crescimento alarmante reflete um contexto de retrocessos democráticos, ataques aos direitos já conquistados, disseminação de discursos anticiência e o apagamento de políticas públicas voltadas para essa população.

Gregory Rodrigues enfatiza que a violência não se inicia na agressão física. “Ela se instala no discurso, na exclusão e no silenciamento. Exemplos dessa violência incluem a escola que não respeita o nome social de estudantes trans, o posto de saúde que se recusa a atender com dignidade pessoas trans e travestis, a dificuldade de acesso ao mercado de trabalho e a ausência de políticas públicas efetivas que vão além do mero discurso”, informou.

Gregory aponta a educação de qualidade, acolhedora e inclusiva como o melhor caminho. Ele ressalta a necessidade de ações, como o fortalecimento das políticas de prevenção à violência, a criação de canais seguros para denúncias e a qualificação de servidores públicos.

"É fundamental também letrar a população sobre o respeito e o acolhimento, além de garantir recursos para iniciativas que promovam a cidadania e a dignidade dessas pessoas”.

Uma medida urgente, segundo Rodrigues, é o avanço do Congresso Nacional na criminalização da LGBTfobia, seguindo o reconhecimento já feito pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele defende que uma sociedade mais justa e igualitária virá quando o poder legislativo, eleito pelo povo, cumprir seu papel de legislar para todos, sem que seja necessário depender apenas de jurisprudências do STF.

Diante desse cenário, a recomendação é clara: se alguém souber de algum caso de violência LGBTfóbica ou discriminação, denuncie e procure as autoridades. É possível ligar para o 190 caso não seja possível ir até uma delegacia.

itatiaia

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