Menos casamentos e mais divórcios: tendência registrada em 2023 pelo IBGE mostra que os casamentos que acabam em divórcio duram em média 13,8 anos
Enquanto o número de divórcios subiu em 2023, em comparação com o ano anterior, o número de casamentos caiu. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (16)
Em 2023, estatísticas do Registro Civil contabilizaram 440,8 mil divórcios concedidos em 1ª instância ou realizados por escrituras extrajudiciais. O número representa um aumento de 4,9% em relação ao total de 2022, quando eram 420 mil divórcios.
Já entre os casamentos, um recuo de 3% foi registrado. O porcentual totaliza 940,8 mil registros. A queda foi acompanhada por grandes regiões, com exceção da Região Centro-Oeste, que registrou um aumento de 0,8%. Já na Região Sudeste, verificou-se a maior redução, totalizando 5,0%.
Mais divórcios em 2023
Além do aumento no número de divórcios, os casamentos também estão durando menos tempo. Em 2023, o tempo médio entre a data do casamento e a data da sentença ou escritura do divórcio foi de 13,8 anos. Já em 2010, era aproximadamente 16 anos.
As Estatísticas do Registro Civil apontam ainda que os homens se divorciaram em idades mais avançadas que as mulheres. Sendo 44,3, entre os homens, contra 41,4 entre as mulheres.
Entre pessoas de sexos diferentes, em cada 100 casamentos registrados, aconteceram 47,4 divórcios no país. Entre os tipos de divórcios registrados no país, os judiciais concedidos em 1ª instância corresponderam a 81,8% dos casos.
Queda no número de casamentos em 2023
Enquanto o número de casamentos civis entre pessoas de sexo diferente diminuiu, o número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo registrou uma alta de 1,6% em comparação com 2022. O aumento configura um novo recorde da série, desde 2013, quando o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi permitido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Do total, foram 11,2 mil foram casamentos entre pessoas do mesmo sexo. A alta é puxada pelo casamento entre mulheres, que teve um aumento de 5,9%, de 2022 para 2023. Apesar da alta no casamento entre mulheres, o casamento entre homens teve uma queda de 4,9% no número no mesmo período.
Entre pessoas de sexos distintos, a idade dos cônjuges aumentou ao longo dos últimos anos, tanto para homens quanto para mulheres. Ainda segundo o IBGE, em 2003, 8,2% das mulheres que se casaram tinham 40 anos ou mais de idade.
Já em 2023, 25,1% dos registros de casamentos civis entre pessoas de sexos diferentes ocorreram com mulheres nessa mesma faixa etária. O fenômeno também foi identificado entre os homens, que tiveram um aumento de 18,3 pontos percentuais na participação de registros de casamentos em que os homens apresentavam idades mais avançadas (40 anos ou mais), comparando os anos de 2003, sendo 13,0%,e 2023, cerca de 31,3%.
Segundo a gerente de Estatísticas do Registro Civil, Klívia Brayner, essa ampliação da idade entre os cônjuges pode ter relação com o adiamento da decisão pelo casamento civil e com o aumento do número de recasamentos. Isso, pensando que a extensão da expectativa de vida também contribui para esse cenário. Klívia também detalha que a pesquisa, por captar apenas casamentos civis, exclui as uniões estáveis.
“A queda nos registros dos casamentos não necessariamente quer dizer que as pessoas estão deixando de se unir. A situação conjugal da pessoa pode ser diferente da situação civil. É possível que o casamento esteja diminuindo porque as pessoas estão optando por uniões estáveis em vez de se casarem. Então a gente precisa levar isto em consideração na hora da análise”, diz Klívia.
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