Reconhecida pela ciência, a carqueja (Baccharis trimeramostra eficácia no auxílio ao equilíbrio glicêmico e na digestão de gorduras, mas exige consumo responsável e orientação profissional
Pesquisas recentes têm consolidado os benefícios da Baccharis trimera, conhecida popularmente como carqueja, uma planta medicinal nativa do Brasil . Estudos apontam seu potencial para auxiliar no controle da glicemia , na melhora da função hepática e na aceleração do metabolismo das gorduras , graças a compostos como flavonoides, saponinas e terpenos.
Embora frequentemente promovida como um “sugador de açúcar do sangue”, especialistas alertam que seus efeitos são graduais e dependem de hábitos saudáveis. “Os compostos antioxidantes presentes na carqueja auxiliam no combate à inflamação de baixo grau e ao estresse oxidativo, dois fatores diretamente relacionados ao descontrole glicêmico e à síndrome metabólica”, explica o nutricionista Gabriel Moliterne. As informações são do site Click Grátis.
Estudos conduzidos por instituições brasileiras, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro, demonstram que a planta melhora a sensibilidade à insulina e reduz a absorção de glicose após as refeições. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 16,8% dos adultos no Brasil sofrem com desequilíbrio glicêmico - condição que pode ser atenuada com o uso complementar da carqueja.
Além dos efeitos sobre o açúcar no sangue, a planta também favorece a digestão de gorduras, estimulando a produção e o fluxo da bile. Pesquisa da Sociedade Brasileira de Hepatologia mostrou que, em pacientes com esteatose hepática leve a moderada, o uso de extrato de carqueja resultou na redução de enzimas hepáticas e da gordura no fígado.
A carqueja também atua como diurético, ajudando na eliminação de líquidos e toxinas. “A eliminação adequada de toxinas e o estímulo à produção de enzimas digestivas tornam o sistema gastrointestinal mais eficiente”, diz a nutricionista Carla de Castro.
Os efeitos terapêuticos da planta incluem ainda propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e até neuroprotetoras. “Este efeito é particularmente relevante quando consideramos que distúrbios do sono e estresse crônico estão diretamente relacionados ao descontrole metabólico e ganho de peso”, afirma a neurocientista Marina Silveira.
A Anvisa já reconhece oficialmente alguns usos medicinais da carqueja, o que facilita sua inclusão em tratamentos complementares, especialmente em áreas com acesso limitado a medicamentos convencionais.
No entanto, o consumo da planta exige cuidados. Pode provocar efeitos adversos como queda de pressão, náuseas e irritações gástricas, especialmente em pessoas com condições específicas como gastrite ou doenças hepáticas graves. “Nunca substitua medicações prescritas por infusões de carqueja ou qualquer outro fitoterápico sem orientação médica”, alerta o farmacêutico clínico Paulo Henrique Mello.
Como consumir carqueja com segurança
A infusão é a forma mais recomendada de preparo: use 2 colheres de sopa da erva seca para cada litro de água quente (fora do fogo), deixe em repouso por 10 minutos, coe e consuma. O ideal é tomar até três xícaras por dia, preferencialmente longe das refeições e com supervisão profissional.
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