Apesar do SUS já fornecer medicamentos para a doença, agora também serão disponibilizadas outras duas pomadas para pele e mais um medicamento oral

O Ministério da Saúde anunciou nessa terça-feira (28que o Sistema Único de Saúde (SUSvai disponibilizar gratuitamente novos medicamentos para o tratamento de dermatite dtópica. A doença acomete principalmente crianças, causa inflamações da pele, lesões e coceiras intensas e, somente entre 2024 e 2025, a rede pública realizou mais de 500 mil atendimentos hospitalares relacionados à condição.

Apesar do SUS já fornecer medicamentos para a doença, agora também serão disponibilizadas duas pomadas para pele - o tacrolimo e o furoato de mometasona - e um medicamento oral - o metotrexato.

Antes o tratamento fornecido consistia em três outros medicamentos: duas pomadas para aplicação direta na pele, a dexametasona creme (1 mg/ge acetato de hidrocortisona creme (10 mg/g - 1%), voltadas para casos leves, e, para casos graves, a ciclosporina, opção oral.

A introdução dos novos fármacos ao programa de tratamento da dermatite atópica garante novas abordagens à pacientes que não estão respondendo aos medicamentos que já eram disponibilizados pelo SUS. Para secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS), Fernanda De Negri, os novos fármacos possibilitarão tratamentos mais personalizados e com menos efeitos colaterais, dependendo da gravidade da condição.

“Outro fator importante do tratamento é o enfrentamento a estigmas sociais impostos às pessoas que vivem com a condição, que, muitas vezes, convivem com preconceitos em vista das lesões visíveis na pele. Estamos falando de uma doença que acomete, muitas vezes, crianças em idade escolar, que podem deixar de ir às aulas por isso”, esclarece.

Assim como Fernanda De Negri, a dermatologista Ana Luiza Machado, também vê a inserção dos medicamentos no SUS com bons olhos. "É um avanço muito significativo no cuidado, principalmente dos pacientes com formas moderadas a graves da doença. Por muito tempo, as opções disponíveis eram mais limitadas e, muitas vezes, não controlavam adequadamente os sintomas, impactando bastante a qualidade de vida dessas pessoas, interferindo no sono, na autoestima e nas atividades diárias”, pontua.

O que é a dermatite atópica?

Segundo o Ministério da Saúde, a dermatite atópica (DAé uma condição crônica, recorrente, inflamatória e pruriginosa da pele (que provoca coceira), que ocorre com maior frequência em crianças (início precoce), mas também pode afetar os adultos.

Ana Luiza Machado esclarece que essa doença pode ser causada por vários fatores, mas que histórico familiar ou pessoal de doenças como rinite alérgica e asma aumenta as chances dos pacientes desenvolverem o quadro. Outros aspectos destacados pela profissional são fatores ambientais, como estresse, clima seco, exposição a alérgenos, roupas de tecido sintético ou lã, banhos muito quentes e uso de sabonetes agressivos.

“Então não é uma única causa. A dermatite atópica envolve uma base genética, resposta imunológica alterada e vários fatores externos e emocionais que podem influenciar o curso e gravidade da doença”, comenta a dermatologista.

Itatiaia