Descoberta da doença pode demorar de 6 a 8 anos; atriz revelou o diagnóstico aos 20 anos
Larissa Manoela revelou em 2021, quando tinha apenas 20 anos, que foi diagnosticada com uma doença incurável: a endometriose. Hoje, aos 24, a atriz trata a condição por meio de acompanhamento médico e está sempre alertando as mulheres que sofrem da mesma doença.
Ela se abriu sobre a endometriose em uma live nas redes sociais juntamente com um especialista no assunto. Na época, ela agradeceu o apoio dos seus seguidores após comunicar que estava com a doença.
"É tudo muito novo ainda para mim, estou descobrindo. Mas, o mais importante de eu ter compartilhado e aberto algo tão pessoal da minha vida, foi saber que eu posso inspirar outras mulheres a também fazerem uma pesquisa profunda, e salvar e dar qualidade de vida para essas mulheres”, declarou.
Mas o que é a endometriose?
A endometriose é uma doença ginecológica inflamatória que afeta 10% das mulheres brasileiras de 13 a 45 anos. O diagnóstico da condição costuma a ser demorado, podendo prolongar dores e complicações na vida das mulheres.
À Itatiaia, o médico e diretor da Associação de Ginecologistas e Obstetras, Eduardo Cândido, contou que a descoberta da doença costuma demorar cerca de 6 a 8 anos. Segundo ele, é uma condição relacionada ao hormônio feminino estrogênio e acontece quando um tecido é estimulado fora do útero. Ela é diagnosticada a partir de um exame clínico feito pelo ginecologista.
“O diagnóstico é geralmente feito considerando a persistência dos sintomas dessas pacientes. Quando a paciente começa a ter um estímulo desse estrogênio que funciona nos ovários, ela começa às vezes se tornar assintomática. A manifestação clínica muitas vezes vem por uma cólica menstrual importante, vem também por caráter de dor no pé da barriga, no baixo ventre”, relata o médico.
Demora no diagnóstico
Segundo o profissional, o diagnóstico costuma demorar ou por falta de conhecimento da paciente, que não procura ajuda ao sentir as dores fortes, ou por dificuldade do próprio médico, que não encontrou sinais o suficiente para diagnosticar a doença.
“O diagnóstico muitas vezes se atrasa pela condição, muitas vezes nossas [médicos], de não sabemos lidar com sinais e sintomas das pacientes, e ignorarmos essa sintomatologia desde o seu início. Muitos estudos mostram uma possibilidade de retardo desse diagnóstico em cerca de 6 a 8 anos, o que é muito tempo que a gente perde na condução terapêutica e na melhoria da qualidade de vida dessas pacientes”, explicou.
Sintomas e tratamento
Apesar de não ter cura, o tratamento pode diminuir os sintomas e evitar complicações. Entre os principais sintomas estão dor pélvica, dor durante a relação sexual, cólicas menstruais intensas, dor ao urinar ou evacuar, infertilidade ou dificuldade para engravidar, sangramento excessivo e inchaço antes ou durante a menstruação.
“Tem controle adequado para devolver às pacientes a qualidade de vida. O tratamento vem pelo manuseio das condições mais importantes para paciente, como o cuidado da infertilidade e controle da dor. Muitas vezes a gente pode fazer a hormônio-terapia com as pílulas contraceptivas, que bloqueiam o hormônio endógeno da paciente e aí a gente consegue melhorar a qualidade de vida, bloqueando o eixo menstrual dela. A gente ainda pode lançar a mão do caráter cirúrgico, quando há necessidade”, pontua Eduardo Cândido.
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