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MG: Filha acaba com herança deixada pelo pai e mata a mãe por mais dinheiro

Publicada em: 10/07/2025 06:41 - Notícias

A Polícia Civil apurou e concluiu o inquérito da morte de uma idosa, Mariana Arlete Santana Bittencourt, de 78 anos, viúva do promotor Luiz Irineu Bittencourt, em Itajubá (MG), na Região Sul. A filha do casal, Patrícia Letícia Bittencourt, de 53, foi indiciada por ter sido a autora. Ela chegou a tentar despistar os policiais com uma história de que estaria viajando e que, ao retornar, encontrou o corpo da mãe.

No dia 4 de maio, a filha avisou que havia encontrado o corpo da mãe, já em adiantado estado de decomposição. Patrícia disse que estava viajando para Caraguatatuba, no interior de São Paulo, e que, ao retornar para casa, encontrou o corpo da mãe, que também estava parcialmente queimado.

 
 

Segundo o delegado Rodrigo Megale Anderi, da Delegacia de Polícia Civil de Itajubá, tudo não passou de uma armação da filha, que premeditou o crime. As investigações concluíram que tudo foi feito por interesse patrimonial, já que a filha queria o dinheiro da mãe e também todo o patrimônio deixado pelo pai.

"Na cabeça dela, como narrou para a gente quando de sua prisão, acreditava que os pais tinham o dever de sustentá-la por eles terem condições. A relação dela com a mãe sempre foi muito conflituosa e se agravou muito por causa dessa questão financeira”, conta o delegado.

As investigações

De acordo com Anderi, Mariana Arlete foi assassinada no dia 27 de abril, uma semana antes de ser encontrada. A filha, Patrícia, simulou surpresa ao encontrar o corpo, mas matou a mãe e viajou para Caraguatatuba, o que demonstra a premeditação.

O exame pericial constata que a idosa foi morta por asfixia com clorofórmio. Além disso, a filha ainda tentou queimar o corpo utilizando mantas encharcadas com querosene, uma vela parcialmente consumida e objetos inflamáveis no local, com o objetivo de iniciar um incêndio lento que destruísse o corpo e a cena do crime. O local, no entanto, não queimou como fira planejado pela filha.

Nas investigações os policiais coletaram uma série de provas, que foram determinantes, como, por exemplo, o fato de Patrícia ter feito dezenas de pesquisas na internet nos dias que antecederam o crime. Numa delas, pesquisou como se carboniza um corpo usando clorofórmio. Pesquisou, também, sobre quanto tempo o clorofórmio demora para sair do corpo e quantos dias a perícia detecta causa de uma morte.

“Verificamos que a Patrícia tinha apagado grande parte do conteúdo entre mensagens, justamente para inviabilizar a coleta de provas e as investigações. Só que nós conseguimos acessar o histórico de pesquisa no Google. Dias antes dela ceifar a vida da mãe, pesquisou centena de vezes", conta o delegado Rodrigo Megale.

Mesmo no período em que esteve viajando, segundo o policial, Patrícia pesquisou sobre notícias de incêndios em Itajubá, em sites de notícias da cidade.

Por isso, o policial faz um questionamento: “Se ela desconhecia a morte da mãe, por que esse tipo de pesquisa? Isso só comprovou que ela efetivamente havia ceifado a vida da vítima e estava verificando se realmente o intento criminoso dela tinha atingido a finalidade que ela desejava.”

Motivação

O delegado Rodrigo explica, ainda, que a motivação para o crime foi inteiramente financeira. Patrícia teria se apossado de uma quantia em dinheiro que a mãe havia sacado dias antes da morte, além de levar um carro e um talão de cheques da vítima.

Tais cheques chegaram a ser preenchidos depois do crime. Um deles, no valor de R$ 10 mil, não foi compensado porque o banco suspeitou de fraude na assinatura.

Já o carro foi vendido para um conhecido de Patrícia, em São Paulo, no mesmo dia do assassinato.

 

Histórico de brigas

Patrícia e Mariana viviam em conflito, desde a morte do pai, o promotor Luiz Irineu, a ponto de uma das brigas ter sido registrado pela Polícia Civil. Foi na Delegacia de Mulheres e o motivo foi uma disputa patrimonial.

Patrícia gastou todo o dinheiro da sua parte na herança deixada pelo pai, em viagens ao exterior e cirurgias plásticas. Depois de ficar sem dinheiro, em fevereiro, voltou a morar com a mãe.

Ao prestar depoimento, Patrícia admitiu que recebeu dinheiro e cheques que teriam sido dados pela mãe. O delegado Rodrigo concluiu o inquérito, indiciando Patrícia por latrocínio e fraude processual. Ele fez também o pedido de prisão por tempo indeterminado, o que foi concedido pela Justiça.

Estado de Minas

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