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SP: Justiça condena padre a 26 anos de prisão por estupro de coroinha

Publicada em: 27/08/2025 06:37 -

 

Abusos ocorreram entre 2009 e 2014 no municípios de Penápolis, no interior de São Paulo

 

O padre Antônio de Souza Carvalho, conhecido como padre Toninho, foi condenado a 26 anos e oito meses de prisão pelo estupro de um coroinha em Penápolis (SP). A sentença foi publicada na última sexta-feira (22/8), pela 1ª Vara da Comarca de Penápolis. 

Os crimes, segundo a sentença publicada pelo juiz Vinicius Gonçalves Porto, tiveram início em 2009, quando a vítima tinha 13 anos, e duraram até 2014, quando o padre foi transferido para outra cidade. A denúncia foi feita em 2023 e, durante o processo, o réu negou as acusações. O padre ainda pode recorrer da decisão. 

 

 

A vítima era um coroinha que frequentava a paróquia Sagrada Família, no bairro Eldorado, onde o padre atuava desde 2001. Os abusos teriam ocorrido, principalmente, durante os trajetos de carro até as missas realizadas na área rural. 

De acordo com o processo, o padre passava a mão nas pernas e partes íntimas do adolescente, além de dar beijos no pescoço. Durante a audiência de instrução e julgamento, o padre alegou que os gestos eram demonstrações de “carinho” e que não tocou as partes íntimas da vítima.

 

“Questionado sobre o crime que lhe está sendo imputado, disse que sempre foi um padre muito carinhoso na comunidade; o ‘gesto carinhoso’ é sempre um beijo e um abraço”, diz trecho do processo.

Conforme relatos, a vítima não denunciava as agressões por ver o padre como uma figura divina. Porém, os constantes abusos fizeram com que o adolescente demonstrasse comportamento agressivo em casa e, apenas na maioridade, revelou os crimes.

A Diocese de Lins publicou uma nota sobre a condenação do padre Antônio de Souza onde afirma que, desde que tomou conhecimento das denúncias, adotou todas as medidas canônicas e pastorais cabíveis. 

“Como pastor desta Igreja Particular, manifesto profunda dor diante desse acontecimento, reafirmando nosso compromisso com a verdade, a justiça e o cuidado com todos os envolvidos”, diz o bispo Dom João Gilberto de Moura, que assina o documento.

 

A nota também informa que o padre Antônio foi afastado do exercício no ministério e o caso foi imediatamente comunicado ao Dicastério para a Doutrina da Fé, em Roma. Ainda segundo a Diocese, entre 2014 e 2023, Antônio de Souza Carvalho passou a atuar como pároco na paróquia Nossa Senhora Rainha dos Anjos, em Reginópolis (SP) e foi transferido para Luziânia, também em São Paulo.

Atualmente, o padre segue no quadro do clero da diocese, mas não há informações sobre em que cidade ele está.

Correio questionou a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre a decisão judicial e aguarda resposta. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do padre Antônio.

Correio Braziliense

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