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Megaoperação apreende mais de 182 mil litros de bebidas irregulares em MG

Publicada em: 21/11/2025 06:18 -

Operação que abrangeu todo o estado teve prisões em flagrante, galões de bebidas inutilizadas e inquéritos policiais abertos

 

Uma megaoperação com 12 instituições e órgãos fiscalizadores de Minas Gerais e do país resultou na apreensão de mais de 182 mil litros de bebidas alcoólicas e 3.958 unidades, entre garrafas e galões, consideradas inutilizáveis no estado, prendeu suspeitos e instaurou inquéritos policiais. É o que mostra o balanço da Operação Baco, coordenada pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG), por meio da Subsecretaria de Integração da Segurança Pública (Suint), finalizada nesta quarta-feira (19/11).

 

Ao todo, 1.204 recipientes foram apreendidos, cujo volume chega a 182.847,72 litros. A operação, que durou 40 dias, fiscalizou 522 estabelecimentos, abordou 447 pessoas, prendeu 18 pessoas e apreendeu um adolescente. Além disso, 17 inquéritos foram instaurados e nove flagrantes realizados. 

Ao todo, 793 servidores participaram da Baco. De acordo com Bernardo Neves, superintendente de Integração e Planejamento Operacional da Sejusp, foram alvo da operação bebidas que puderam ter sido adulteradas, objetos de contrabando e de descaminho em uma ação que contou com cooperação conjunta de todas as instituições. 

De acordo com o porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais, Rafael Veríssimo, as prisões se deram em razão de um planejamento prévio de estabelecimentos comerciais que foram mapeados com informações da inteligência e com denúncias anônimas da comunidade. Segundo ele, a operação atuou em todo o estado e teve prisões em flagrante nas cidades de Belo Horizonte, Betim, Ribeirão das Neves e São José da Lapa, na Região Metropolitana. No interior, foram registradas prisões em Governador Valadares e Poços de Caldas. Segundo ele, os levantamentos iniciais não apontam a existência de uma rede de adulteração de bebidas, mas a possibilidade é alvo de investigações futuras.

Segundo a delegada da Polícia Civil Elyenni Célida, do Departamento de Combate à Corrupção e Fraudes, a PC fez um trabalho investigativo que foi intensificado na operação, que instaurou 17 inquéritos policiais e ratificou nove prisões em flagrante. “Os suspeitos podem responder por diversos crimes, com penas que podem chegar até mesmo a oito anos de prisão, ou mais, principalmente se forem constatadas organizações criminosas e lavagem de dinheiro concomitantes nessa fraude de bebidas”, explicou. Mesmo após a finalização da operação, as investigações seguem.

Conforme Henrique Andrade, promotor de Justiça do Ministério Público e integrante do Gaeco, em relação aos fatos que foram descobertos pela fiscalização, inquéritos foram instaurados e novas denúncias serão apresentadas. Segundo ele, haverá um processo administrativo que tem consequências como multas e interdições nos estabelecimentos comerciais que tiveram irregularidades constatadas.

Monitoramento

A entrada e saída de carregamentos de bebidas alcoólicas foi intermitentemente monitorada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo Marcelo Gonçalves, chefe de inteligência e superintendente do órgão em Minas, o estado é o maior entroncamento rodoviário do país. “Tanto cargas que vinham do Nordeste, iam para o Sudeste, ou que estavam atravessando o estado, ou que estavam circulando em Minas Gerais, elas eram, em sua grande maioria, fiscalizadas. E, caso houvesse alguma irregularidade detectada neste grupo de trabalho, eram sim repassadas às autoridades competentes.

Já o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) ficou responsável por cursos educacionais. Segundo Lucas Guimarães, fiscal agropecuário e gerente de inspeção de produtos de origem vegetal, foram feitas ações que orientavam consumidores a evitarem a compra e identificarem bebidas com indícios de irregularidades

Segundo Angela Vieira, representante da Diretoria de Vigilância em Alimentos, a vigilância sanitária é responsável pelo comércio das bebidas no que diz respeito aos aspectos bromatológicos e sanitários. "A vigilância priorizou as ações, que foram feitas pelas vigilâncias municipais. Todas elas atenderam as equipes e proporcionaram o recolhimento e as ações, que seguem o código sanitário estadual ou do município”, explicou.

A operação também contou com a ação da Receita Federal, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Secretaria de Estado da Fazenda e Secretaria-Geral do Estado de Minas Gerais.

Metanol em Minas

Na Baco, o MAPA ficou responsável pela fiscalização e inspeção em estabelecimentos que produziam e/ou comercializavam bebidas alcoólicas. Segundo a agrônoma Fabíola Boscainni Lopes, foram recolhidas amostras que provaram que estabelecimentos que têm registro não têm níveis altos de metanol. “Duas amostras tiveram níveis altos de metanol, em dois produtos sem produtor identificado, clandestino. Além de uma infração administrativa, é um crime”, comentou Lopes.

De acordo com a última atualização da SES-MG, sete casos suspeitos de intoxicação por metanol foram registrados no estado. Deles, seis foram descartados e um segue em investigação em Poços de Caldas, no Sul do estado, depois que um homem de 52 anos morreu em 14 de novembro. Neste momento, a pasta aguarda o resultado conclusivo dos exames que irão definir a causa da morte. 

Segundo a pasta, quatro dos casos foram descartados porque os exames laboratoriais não identificaram a presença de metanol e/ou ácido fórmico no sangue dos pacientes, sendo eles os casos de uma mulher de 48 anos de Belo Horizonte, um homem de 25 anos de Poços de Caldas, um homem de 27 anos de Açucena que morreu em Ipatinga e um homem de 53 anos de Bom Despacho. 

O quinto caso foi registrado em Sabará, mas descartados após avaliação de médico identificar que o caso de uma mulher de 27 anos não cumpria os critérios de suspeição. Já o sexto é de Itajubá, no qual um homem de 48 anos morreu em 14 de agosto. De acordo com a SES, o homem fez abuso de álcool e exames do Instituto Médico-Legal (IML) descartaram a presença de ácido fórmico e metanol no sangue dele. 

Até o momento, nenhum caso de intoxicação por metanol foi confirmado no estado mineiro. Já no cenário nacional, 60 casos foram confirmados, em sua maioria no estado de São Paulo, e outros 30 seguem em investigação. 

O que fazer em caso de suspeita de intoxicação?

A SES-MG recomenda que a população não consuma bebida alcoólica de procedência duvidosa. Em caso de sintomas como náusea, vômito,

O Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Minas Gerais (CIATox/MG) segue disponível 24 horas para orientação técnica e assistência a possíveis casos de intoxicação. Em caso de dúvidas, é possível entrar em contato com a CIATox/MG pelos números 0800- 722-6001  e (31) 3239-9308.

 

Estado de minas

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