Estatal registrou déficit de R$ 4,5 bilhões no primeiro semestre e prepara ações de enxugamento nos próximos meses
Os Correios aprovaram na última quarta-feira (19) um Plano de Reestruturação para tentar superar a grave crise financeira que atinge a empresa. Até o fim deste mês, serão aportados R$ 20 bilhões em empréstimos “para viabilizar a liquidez no curto prazo”.
Só no primeiro semestre deste ano, a estatal registrou um déficit líquido de R$ 4,5 bilhões, com um custo total de operações em R$ 5,4 bilhões. Já no segundo semestre, até aqui o prejuízo é de R$ 2,64 bilhões.
O plano aprovado pelas instâncias de governança da empresa prevê:
- Programa de Demissão Voluntária e remodelagem dos custos com plano de saúde;
- 100% de adimplência com fornecedores;
- Modernização e readequação do modelo operacional e infraestrutura tecnológica;
- Liquidez assegurada durante a evolução do modelo econômico da empresa ao longo de 2026.
Nos próximos doze meses, serão vendidos ativos e imóveis dos Correios, com um potencial de receita de R$ 1,5 bilhão, de acordo com a empresa. Além disso, até mil agências deficitárias podem ser fechadas, com uma expansão do comércio eletrônico.
“Os Correios sinalizam ainda a possibilidade de operações de fusões, aquisições e outras reorganizações societárias para fortalecer a competitividade da estatal no médio e longo prazo”, diz.
Segundo o governo, o objetivo com o plano é redução no déficit em 2026 e o retorno à lucratividade a partir de 2027.
A grave situação financeira da estatal levou ao pedido de demissão do presidente dos Correios, Fabiano Silva, em julho. A crise na estatal também tem sido alvo de críticas da oposição e pedidos de investigação no Congresso.
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