Uma bebida refrescante, cujo ingrediente principal faz parte da cultura brasileira, o caldo de cana (mais popularmente conhecido como garapa), será lançada em breve no mercado belo-horizontino de bebidas mistas. A Cancan é uma bebida que foi criada pensando no padrão de consumo, onde há um aumento na procura por bebidas destiladas com praticidade e qualidade envolvidos. Ela possui coloração amarela translúcida, aroma marcante e graduação alcoólica de 8%.
À frente desse novo empreendimento, as publicitárias Márcia Lima e Cristina Cortez, estão se preparando para colocar o produto definitivamente no mercado, como uma novidade entre as bebidas do Carnaval de Belo Horizonte em 2025.
As duas amigas se conheceram nos anos 90, enquanto estudavam na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e não imaginavam que, décadas depois, se tornariam empreendedoras no segmento de bebidas artesanais.
“O que estamos fazendo é o processo de formulação industrial do produto, que inclui testes-piloto, avaliação de estabilidade — para definir a validade do produto — e análises laboratoriais”, destaca Márcia Lima.
Ela ressalta que outra etapa importante na transformação da fórmula artesanal em uma versão industrial para produção em escala é a formulação. Essa etapa compreende a fase de atendimento às normativas e requisitos técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisae do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Para chegar à fase de aprovação, esse processo pode levar alguns meses de estudos, numa tarefa que segue acompanhada por consultores técnicos do Centro de Inovação e Tecnologia (CIT), vinculado ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em uma ação conjunta com o Sebraetec, programa que conecta pequenos negócios a uma ampla rede de prestadores de serviços tecnológicos.
Bebida surgiu de uma mistura despretensiosa
Em entrevista ao Diário do Comércio, Márcia Lima relembra que a ideia da Cancan surgiu há cinco anos, após uma tarde de expediente. Foi quando ela decidiu reunir os colegas de trabalho para um happy hour no Rei do Pastel, lanchonete localizada na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
“Lembro que, no bar, estava muito cansada e queria beber algo diferente, mas só havia pastel, cerveja e caldo de cana, e eu não tomo cerveja. Então, fui ao balcão para ver o que tinha e notei alguns ingredientes, pedi para misturá-los”, conta a publicitária.
Sem pensar duas vezes, ela percebeu que havia criado um drink com caldo de cana. “Lembro que brinquei na época, dizendo: ‘Eu fiz isso? Quero investir nesse drink‘. Hoje, eu penso: ‘Engraçado eu ter dito isso naquela época, porque as palavras têm poder’.”
Após a mistura despretensiosa, entre 2019 e 2023, Márcia Lima decidiu repetir a receita em pequenas festas da empresa em que trabalhava, assim como em encontros quando se reunia com os amigos. “Eu sempre fazia nesses encontros e sempre era aprovada no circuito de amigos”, revela.
Segundo ela, entender que o setor de bebidas oferecia oportunidades de investimento seria uma tarefa complexa, mas que poderia se transformar em uma boa chance. Para isso, recorreu novamente aos amigos. “Vi que esse segmento crescia muito nos últimos anos e pedi a uma amiga para criar a marca. Fui à procura de parceiros e uma delas havia deixado a publicidade para abrir um restaurante”, detalha.
Essa amiga é a proprietária do restaurante Cozinha Santo Antônio, a chef Ju Duarte. “A Ju foi incrível, e colocou a Cancan para venda no pré-Carnaval de 2023, pois em frente à Cozinha Santo Antônio iria passar um bloco. Lembro que vendemos e foi muito legal, pois o público foi muito bem receptivo”, recorda contente.
História do drink venceu prêmio nacional
Na última semana, o projeto da Cancan desenvolvido por Márcia Lima e Cristina Cortez chegou à cidade de São Paulo onde foi reconhecido nacionalmente ao vencer o programa Mercantil Acelera 50+, durante a sétima edição do MaturiFest.
Para as criadoras, o prêmio não apenas valida a visão das empreendedoras, mas também ressalta a importância de iniciativas que promovem o empreendedorismo feminino, especialmente para mulheres com mais de 50 anos. Elas receberam R$ 20 mil de crédito e consultoria livre para a estruturação do negócio.
“Acho muito legal dizer que todo esse avanço do projeto está sendo possível graças a essas empresas e instituições que apoiam o empreendedorismo em Minas. É pura verdade, sem o Sebraetec e o Mercantil o Cancan seria eternamente um drink feito para os amigos”, conclui.
fonte: Diario do comercio