Levantamentos da Conab e do painel ‘Campo Futuro’ apontam que os grãos foram as culturas mais afetadas, com lavouras, inclusive, sendo abandonadas pelos produtores
As frutas cítricas, o feijão e o milho são alguns dos produtos que podem sofrer aumentos nos próximos meses. Com o longo período de estiagem - não chove há 150 dias em algumas regiões do Estado - é inevitável o impacto nas lavouras, principalmente aquelas provenientes da agricultura familiar, que não dispõem de sistemas de irrigação.
A analista da Gerência de Agronegócio da Federação da Agricultura e Pecuária (Faemg), Mariana Marotta, explica que as altas temperaturas e a seca provocam diminuição da produção, aumento dos custos e perda de qualidade dos produtos, além de favorecer o aumento de pragas e doenças. “Com a menor oferta, é natural que os preços de alguns produtos subam nos próximos meses”, disse.
Segundo ela, levantamentos do painel ‘Campo Futuro’ apontam que os grãos foram as culturas mais afetadas pelo calor intenso, com algumas lavouras, inclusive, sendo abandonadas por seus produtores. “Em alguns modais do Estado, os custos ficaram tão elevados que os produtores não estão conseguindo pagar os custos de produção. Esse é um ponto de atenção que precisa ser observado”, alertou a analista.
Mariana lembra que em maio desse ano, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrusjá havia alertado para a possibilidade de diminuição das safras da laranja, do limão e da mexerica, causado pela escassez das chuvas e pelo surgimento do Mal de Greening, principal doença que acomete os cítricos.
Além disso a CONAB, em suas estimativas mensais (e na última não foi diferentetem previsto uma diminuição nas safras de milho, feijão e outras culturas, como o trigo, se comparadas com as dos anos anteriores. “O trigo teve grandes perdas em função da praga de Bruzone”, contou Mariana.
Para orientar os produtores, a Faemg tem feito comunicados internos, vídeos no Instagram e lives com orientações sobre cultivares, rotação de culturas e outras ações que possam amenizar as perdas causadas pela seca. “Um outro fator importante é que o governo do estado, de maio até o fim de agosto, publicou 137 decretos de seca e estiagem que auxiliam os produtores a acessar políticas públicas como, por exemplo, a oferta de crédito facilitado”.
Ceasa diz que ainda é prematuro falar em ‘alta dos preços’
Para a Ceasa Minas, de modo geral, até o momento não é possível falar em alta de preços por conta de escassez hídrica. A oferta no último mês esteve em um índice estável, segundo a empresa. Em julho, em comparação com o mês de junho, as frutas, legumes e hortaliças registram redução no âmbito geral de 8,5%, já a oferta aumentou 5,3% na unidade de Contagem. Um balanço do último mês deve ser divulgado esta semana, e a tendência é que agosto tenha números parecidos com o mês de julho.
(*Com informações de Fabiano Frade.
fonte: itatiaia