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Clima impacta, crescimento da oferta fica aquém e preços do leite voltam a subir

Publicada em: 02/10/2024 06:33 - Notícias

 

 

Em Minas Gerais, valor avançou 2,33% para produto entregue em agosto e pago em setembro; no mês, cotação do litro para pecuarista ficou R$ 2,87, em média

O clima extremo – marcado pelas altas temperaturas e estiagens – impactou o crescimento da produção de leite em Minas Gerais, que acabou subindo menos que o esperado. Assim, houve uma reversão na tendência de queda dos preços do leite no pagamento de setembro.

Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no Estado, que é o maior produtor de leite do Brasil, o preço do leite – entregue em agosto e pago em setembro – avançou 2,33%. No mês, a cotação do litro paga ao pecuarista ficou em uma média de R$ 2,87. Para o pagamento de outubro, a previsão é de nova alta.

O movimento de alta no preço do leite também ocorreu em nível nacional. De acordo com a pesquisadora do Cepea, Natália Grigol, o valor voltou a subir devido à oferta, que não cresceu como era esperado. A pesquisa do Cepea mostrou que, na média Brasil, o preço fechou a R$ 2,76 por litro, 1,4% acima do valor registrado no mês anterior, e 17,7% maior que o preço de um ano antes, em termos reais.

“Os fundamentos de mercado apontavam para reduções no preço do leite ao produtor neste terceiro trimestre. Por um lado, a produção de leite parecia estimulada pelo aumento da margem do produtor neste ano e, por outro, a demanda seguia condicionada aos preços baixos nas gôndolas. Fora isso, as importações – ainda em volumes elevados – pressionavam as cotações ao longo de toda a cadeia produtiva. Porém, a produção não cresceu como era esperado pelos agentes do setor”, explicou Natália Grigol.

Produção cresce aquém do esperado

Em relação ao volume produzido, de julho para agosto, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-Ldo Cepea avançou 5% na média Brasil, mas em Minas, o crescimento foi de 2,8% e, em Goiás, de apenas 1,5%. Mesmo com o aumento, o índice ficou abaixo do esperado.

“Apesar do aumento da margem do produtor de leite nos últimos meses e de certa estabilidade nos custos de produção, o estímulo à atividade foi menor do que o esperado pelos agentes do setor. E o clima extremo não ajudou a atividade”, completou.

Na região Sudeste, conforme o Cepea, o período de entressafra se intensificou com o calor a partir de agosto. Em setembro, as queimadas fizeram com que o cenário se agravasse. Além de comprometer o bem-estar animal, os incêndios têm prejudicado a produção de forragens para alimentação animal. Elevando, assim, o custo de produção e, por consequência, limitando a oferta.

Também contribuiu para a redução da oferta a diminuição das importações. Conforme os dados da Secex, compilados pelo Cepea, houve queda de 25,2% nas importações de lácteos, totalizando 187,8 milhões de litros em equivalente leite.

Diante do cenário, a tendência é que os preços do leite sigam firmes para o pagamento de outubro. “Como a oferta não se recuperou conforme o previsto, os estoques de lácteos nas indústrias não foram repostos como esperado. O consumo, por sua vez, tem se mantido firme e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto até atingirem níveis abaixo do normal em setembro. Esse contexto deve sustentar e intensificar o movimento de alta nas cotações entre setembro e outubro”, explicou Natália.

Conseleite-MG aponta para nova alta nos preços do leite

A tendência de alta para os preços do leite também foi observada pelo Conselho Paritário entre Produtores de Leite e Indústrias de Laticínios (Conseleite-MG). Conforme os dados, a alta será de 1,3% nos valores parciais de referência para o leite entregue em setembro e pago em outubro de 2024. O valor médio de referência para o leite comercializado em Minas Gerais foi de R$ 2,66.

Conforme o Conseleite-MG, nos primeiros 20 dias de setembro, houve uma reação positiva nos preços de importantes derivados lácteos que compõem o mix de comercialização das indústrias participantes do conselho.

No período, foram destaque o leite UHT e a mussarela, que registraram expressivos aumentos de 5,7% e 6,1%, respectivamente. Em contrapartida, o leite em pó, principal produto da cesta, apresentou uma queda de 3,3%.

 

fonte: diario do comercio

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