Produtos consumidos por famílias de baixa renda tiveram alta de 4,99% em contraponto à alta de 4,34% dos produtos mais consumidos pelos mais ricos
As pessoas de mais baixa renda (menos de R$ 2.105,99 por mêsestão sentindo mais os efeitos da inflação. Pelo menos, essa é a conclusão de recente pesquisa de preços publicada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Dados divulgados pelo órgão indicam que a inflação acumulada em 12 meses, dos produtos mais consumidos por essa faixa da população, passou de 4,34% até setembro para 4,99% até outubro. A alta de quase 5% é a mais intensa para essa faixa de consumidores desde fevereiro de 2023 (5,86%).
Jogo virou de outubro pra cá
Até setembro deste ano, eram as famílias do outro extremo da distribuição, com renda considerada alta (acima de R$ 21.059,92), que acumulavam a maior alta de preços: 4,72%. A inflação dos mais ricos, porém, desacelerou a 4,44% nos 12 meses até outubro. De acordo com o Ipea, as famílias com renda alta, aliás, foram as únicas que tiveram desaceleração nos preços no acumulado até o último mês. Esse movimento foi influenciado pela trégua no custo das passagens aéreas em outubro, diz a pesquisadora Maria Andreia Lameiras, responsável pelo levantamento do Ipea. Os bilhetes aéreos pesam mais no orçamento dos mais ricos. Quando essas caem, tendem a levar a inflação desse grupo para baixo.
Já a alimentação, proporcionalmente, pesa mais no pacote de gastos dos brasileiros com renda inferior. “O alimento bate muito na inflação dos mais pobres: 25% do orçamento dessas famílias é gasto com a compra de alimentos”, diz Lameiras.
Itatiaia