Desempenho foi puxado pelo comércio; Veja também: Estado se destaca no mercado de proteção veicular
Minas Gerais encerrou outubro com a abertura de 3,2 mil postos de trabalho formal após registrar a admissão de 232,9 mil pessoas e o desligamento de 229,7 mil. O saldo de empregos, embora tenha sido positivo, foi o menor do ano e o pior para o mês desde o começo da nova série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), iniciada em 2020.
O superávit, conforme os números divulgados nesta quarta-feira (27pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foi puxado, principalmente, pelo setor de comércio, que liderou a geração de vagas, com 3,3 mil. A indústria (1,7 mil), construção (1,3 mile serviços (586também contrataram mais do que demitiram no período, impulsionando o resultado.
Por outro lado, a agropecuária teve, pelo quarto mês consecutivo, déficit de empregos, derrubando o saldo do Estado. O setor fechou 3,7 mil postos de trabalho em outubro.
O desempenho negativo do agro está relacionado com os desafios sazonais e climáticos que a atividade vem enfrentando, além de safras menores, esclarece a economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Luiza de Mello Teixeira.
Quanto à construção civil, o destaque vai para o fato de que, no Brasil, a performance foi negativa, enquanto em Minas Gerais foi positiva. A diferença, segundo ela, se deve aos programas de fomento ao setor que o Estado possui.
A indústria, por sua vez, tem mostrado resiliência em 2024, diz Luiza de Mello Teixeira. A economista chama a atenção para a atuação do segmento de transformação, que abriu 2 mil postos de trabalho no décimo mês do ano, com 18 das 24 atividades registrando superávits.
Sobre o comércio e serviços, ela ressalta que os dois setores são mais intensivos em mão de obra, logo, os desempenhos no décimo mês do ano não surpreenderam.
Minas Gerais gerou 207,8 mil empregos no ano
No acumulado dos dez primeiros meses de 2024, Minas Gerais abriu 207,8 mil postos de trabalho com carteira assinada, de acordo com os dados do Caged. O resultado é 50,5% superior a todo o ano de 2023, quando foram criadas 138,1 mil vagas no Estado
Neste caso, todos os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas admitiram mais do que desligaram colaboradores. O principal gerador de empregos foi o setor de serviços, com a criação de 103,5 mil vagas. Na sequência, ficaram: indústria (42,3 mil), construção (28,9 mil), comércio (24,1 mile agropecuária (8,9 mil).
Sazonalidade de fim de ano deve fomentar o mercado de trabalho nos dois últimos meses
Luiza de Mello Teixeira afirma que o ritmo de admissões em alguns setores está mais lento, o que contribuiu para que o saldo de Minas Gerais em outubro fosse mais baixo. Apesar dessa desaceleração, as perspectivas para os últimos dois meses de 2024 são positivas.
Ela sublinha que os resultados de novembro e dezembro devem ser impulsionados pela sazonalidade típica da época, em especialmente no setor de comércio, em razão do aumento expressivo na demanda gerado pelas festividades de fim de ano.
“Esse movimento sazonal deverá resultar em uma ampliação de contratações, caracterizando uma expansão pontual na geração de empregos no curto prazo”, pontua.
Para 2025, a tendência, conforme a economista da Fiemg, é de que o mercado de trabalho permaneça aquecido, mas com um ritmo mais moderado, em consonância com as expectativas de desaceleração da atividade econômica.
“Esse cenário reflete os efeitos persistentes de uma política monetária contracionista, com taxas de juros em patamares elevados, e a redução dos estímulos fiscais”, explica.
Diario do comercio