Os empresários da indústria no Estado estão cada vez menos confiantes quanto ao futuro dos negócios. É o que aponta o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei-MG), elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que em janeiro registrou 46,6 pontos – resultado abaixo do que é considerado favorável (50 pontos).

Na comparação com o mês anterior, o índice registrou queda de 1,4 ponto. Na época, o resultado negativo de 48 pontos era o primeiro após 23 meses oscilando entre neutralidade e indicadores positivos no Estado.

Com relação ao mesmo período de 2024, os resultados de janeiro deste ano apresentaram recuo de 6 pontos, tornando-se o menor nível para o mês em nove anos. O índice também está 6,1 pontos abaixo da média histórica, que é de 52,7 pontos.

De acordo com a economista da Fiemg, Daniela Muniz, os indicadores mostram uma percepção negativa dos empresários da indústria de Minas Gerais sobre a economia brasileira, mineira e para o futuro dos próprios negócios. “A desconfiança está intensa e se deu em função de uma avaliação negativa da economia do negócio, bem como de um período de pessimismo para os próximos meses”, avalia.

A economista destaca que a performance do setor no ano passado foi extremamente positiva nos dois semestres, especialmente nos primeiros nove meses do ano. Os bons resultados foram decorrentes do aumento no consumo das famílias, que cresceu a partir de avanços na renda e condições favoráveis de crédito.

Inflação e alta nos juros preocupam indústria

Em 2025, diferente do ano passado, o desempenho econômico, aliado às incertezas sobre políticas fiscais deixaram os empreendedores da indústria em Minas Gerais mais cautelosos. “Inflação acima da meta, mercado de trabalho com tendência de estabilização, além dos juros em crescimento contribuíram para um maior cenário de cautela na indústria”, enumera.

O componente de condições atuais, que avalia o momento presente do negócio, marcou 41,2 pontos em janeiro de 2025, com uma queda de 3,2 pontos frente a dezembro de 2024 (44,4 pontos). Na comparação com janeiro de 2024, o índice recuou 5,9 pontos, atingindo o menor patamar para o mês em nove anos.

Em consequência disso, o atual cenário econômico também aumenta a percepção de riscos e reduz a capacidade de investimentos no setor privado. Diferente de 2024 – quando houve um impulso fiscal que acabou sobrepondo aos resultados oscilatórios – em 2025 nota-se uma tendência de redução, que acabará por diminuir o impulso fiscal ao longo do ano.

Para os próximos seis meses, a expectativa do empresariado registrou 49,3 pontos – redução de 0,5 ponto com relação ao mês anterior. “Esse resultado também reflete o pessimismo crescente entre o setor com relação ao futuro, com indicadores desfavoráveis pelo segundo mês consecutivo”, avalia a economista.

As projeções também estão pessimistas com relação ao Produto Interno Bruto (PIBda indústria em 2025. Para a Fiemg, a expectativa é que o indicador avance 1,7% no Brasil e 2,2% em Minas Gerais. No ano passado, as projeções estavam em 3,3% no Brasil e 3,2% no Estado.

Diario do comerio