Produto encareceu quase 10% desde o ano passado; ainda assim, mineiros pretendem comemorar a data

Os amantes de chocolate vão ter que gastar mais na compra de ovos de Páscoa neste ano. De acordo com levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o produto encareceu 9,52% em comparação com os valores do ano passado. No entanto, mesmo com o aumento nos preços, os consumidores não abrem mão de celebrar a data em Minas Gerais.

É o que mostram dados de pesquisa da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG). Segundo o levantamento, 93,1% dos entrevistados vão comemorar a Páscoa de alguma forma: para 32,8% será com um almoço especial; outros 31% farão uma reunião familiar e 28,3% vão presentear com chocolates.

A pesquisa aponta ainda que mesmo que 80,2% dos consumidores considerem o preço dos produtos alto, 50,5% dos mineiros não vão deixar de comprar os tradicionais ovos de Páscoa. Segundo o economista da FCDL-MG Vinícius Carlos Silva os dados reforçam a importância da data para a celebração de tradições religiosas, mas também de consumo.

“Além de todo apelo emocional e comercial da data, os mineiros mostram que, mesmo com preços altos, os presentes, ainda que simbólicos, não podem faltar. Por isso, cabe aos lojistas envolverem os consumidores na temática, oferecendo-lhes os tradicionais produtos da época com muita inovação, criatividade e promoções”, analisa.

Aumento no chocolate encarece os ovos de Páscoa

Segundo o coordenador do IPC-Fipe, Guilherme Moreira, um dos motivos para o aumento do preço dos ovos de Páscoa é a alta do chocolate em todo o mundo. 

“O aumento dos custos de produção do chocolate é o principal motivo da elevação dos preços nos últimos anos. Questões climáticas causaram queda na oferta mundial do Cacau, disparando o preço desse importante insumo nos últimos três anos”, explica Moreira.

Nos últimos três anos, o aumento acumulado dos ovos de Páscoa chegou a 43%. O maior aumento ocorreu em 2023  e foi de 18,61%. Em 2024, o aumento foi um pouco mais modesto, registrando 10,33% de alta. Para este ano, a elevação foi de 9,52%. Segundo Moreira, o aumento impacta nas vendas, mas ele espera o mercado aquecido nesta Páscoa.

“A principal conclusão da pesquisa é o grande aumento dos últimos três anos. Esse forte aumento vai afetar todo o mercado. O consumidor provavelmente vai optar por tamanhos menores, marcas mais barata, mas acredito que o mercado na Páscoa vai estar aquecido”, ressalta o coordenador. 

Apesar do aumento elevado dos ovos de Páscoa, alguns itens subiram muito acima deste patamar. O preço do chocolate, o maior vilão na alta dos ovos de Páscoa, subiu 27,09%. Já o bombom teve aumento de 13,58%.

O levantamento feito pela FCDL-MG mostra que parte dos consumidores mineiros vão buscar por opções mais baratas. Segundo os dados, 29,5% vão optar pelas barras de chocolate e 20% por caixas de bombom. O tíquete médio será de R$ 202,24, um valor 8,3% maior do que o do ano passado.

Outros produtos de Páscoa 

Diferentemente dos ovos de chocolate, que tiveram aumento significativo, outros produtos mais usados no período da Páscoa apresentaram altas mais modestas. Os peixes, que também são bastante consumidos nesta época do ano, sofreram elevações menores. 

“Para outros itens pesquisados, por exemplo os peixes, as altas são mais modestas, girando em torno de 3%”, destacou Moreira. De acordo com a pesquisa, dos tipos de peixe, o principal é o bacalhau, que subiu 3,91% em relação ao ano passado.

Diário do comercio