Profissionais da rede estadual de Minas aderem ao movimento nacional, convocado pela CNTE, que reivindica melhorias para a educação pública
Trabalhadores e trabalhadoras da educação de Minas Gerais vão participar da paralisação nacional marcada para a próxima quarta-feira (23/04). A mobilização, convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), representa mais de 4,5 milhões de profissionais em todo o país e reivindica melhorias para a educação pública.
Entre as principais solicitações estão o pagamento integral do salário, valorização da carreira, melhores condições de trabalho e a defesa da escola pública, gratuita e de qualidade. O movimento também se posiciona contra propostas de privatização da educação.
Em Belo Horizonte, a concentração será na Praça Afonso Arinos, a partir das 14h. O ato busca chamar atenção para as condições da rede estadual de ensino, além de pressionar por avanços concretos na pauta da educação.
Mobilização já começou em Minas
Antes da paralisação nacional, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MGjá iniciou uma série de ações. No dia 8 de abril, houve a jornada de mobilização em Belo Horizonte, reunindo profissionais dos oito setores da educação básica.
O Dia Estadual de Luta pela Educação começou com uma passeata que saiu da Praça Raul Soares em direção à Assembleia Legislativa, onde foi realizada uma audiência pública requerida pela deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT). O encontro marcou a abertura oficial da Campanha Salarial de 2025 e debateu temas ligados à valorização do magistério e às condições da educação pública em Minas.
Durante todo o trajeto, críticas foram direcionadas ao governo de Romeu Zema. Para o sindicato, há descaso com o setor educacional e falta de diálogo com a categoria. “É um governador fora da lei, que não cumpre a legislação do Piso Salarial Nacional, não valoriza e não respeita os trabalhadores e trabalhadoras, nem a escola pública”, afirmou a diretora de Comunicação do Sind-UTE/MG, Marcelle Amador.
- A coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Denise Romano, também reforça que a paralisação do dia 23 integra a campanha salarial da categoria. “A rede estadual de Minas Gerais é a mais precarizada do país. Temos um número elevado de contratados: 80% das professoras são contratadas, enquanto apenas 20% são efetivas”, afirma.
Ela rebate declarações do governo estadual sobre o pagamento do piso nacional do magistério. “O governo faz propaganda dizendo que paga o piso, mas não paga — nem proporcionalmente”, diz. Denise lembra que o valor definido nacionalmente é para profissionais com formação de nível médio, enquanto os(asdocentes da rede estadual têm formação superior. “Mesmo assim, o governo paga o piso proporcional de nível médio para quem tem curso superior”, critica.
Com a paralisação do dia 23/04, a expectativa do sindicato é ampliar a pressão por mudanças efetivas no tratamento dado à educação pública em Minas.
Estado de Minas