Diagnósticos de tumores antes dos 50 anos aumentam no mundo e expõem impactos de hábitos modernos na saúde; saiba como se prevenir
Neste Mês de Combate ao Câncer, oncologistas fazem um alerta que preocupa: crescem, em todo o mundo, os casos da doença em pessoas com menos de 50 anos. Uma tendência global que vem chamando a atenção da comunidade médica e acendendo um sinal vermelho para a necessidade de cuidados precoces. Segundo dados recentes do BMJ Oncology – importante periódico científico internacional especializado na publicação de estudos e pesquisas voltadas para a área de oncologia - o número de diagnósticos nessa faixa etária aumentou 79% nas últimas três décadas. E o Brasil acompanha esse movimento. Tumores como o colorretal, o de mama e o melanoma têm surgido com mais frequência entre jovens adultos, desafiando antigos padrões da doença.
As causas ainda não são totalmente compreendidas, mas estudos apontam que jovens estão sendo expostos mais cedo a fatores de risco importantes. “Presume-se que esses pacientes começaram a ter contato com ambientes carcinogênicos ainda muito jovens, talvez desde o útero”, explica Alexandre Jácome, líder nacional da especialidade tumores gastrointestinais da Oncoclínicas. Ele cita como possíveis fatores de risco a obesidade materna, o consumo de alimentos ultraprocessados desde a infância, o sedentarismo, o uso excessivo de antibióticos e a exposição a agentes químicos. “Ainda não temos respostas exatas, mas o que observamos é um padrão cada vez mais claro”, completa.
Conheça os tumores que mais crescem entre os jovens
O câncer colorretal é o que mais chama atenção entre os tumores que avançam nessa população. Nos Estados Unidos, os casos em menores de 50 anos
saltaram de 3,7% em 1995 para 5,8% em 2019. No Brasil, o INCA estima cerca de 45 mil novos diagnósticos ainda em 2025. A mudança já provocou alterações em protocolos médicos: hoje, a recomendação é que homens e mulheres iniciem o rastreamento para o tumor de intestino aos 45 anos — antes, a idade era 50.
O câncer de mama também mostra crescimento, especialmente em mulheres mais jovens. A taxa de novos casos abaixo dos 50 anos subiu cerca de 1,4% ao ano na última década. Já o melanoma, um tipo agressivo de câncer de pele, figura entre os mais comuns em pessoas com menos de 30 anos e costuma estar relacionado a fatores genéticos e exposição solar sem proteção.
Segundo Jácome, os jovens precisam estar atentos a sinais como perda de sangue nas fezes, alterações intestinais persistentes, dor abdominal, alterações no corpo e na pele. “Esses sintomas não devem ser normalizados nem ignorados. A investigação precoce pode salvar vidas”, afirma.
Prevenção está nas nossas mãos
Mesmo com o avanço da medicina e o uso de tecnologias cada vez mais precisas, os oncologistas reforçam que os cuidados básicos ainda são os maiores aliados da prevenção. E isso começa cedo. Manter uma rotina com alimentação equilibrada, atividade física regular, controle do peso e redução do consumo de álcool, cigarro e produtos ultraprocessados é fundamental.
“Sabemos que cerca de 1,8 bilhão de pessoas no mundo não praticam atividade física suficiente”, alerta o oncologista. “Esse comportamento contribui diretamente para o surgimento de diversos tumores. A recomendação é de pelo menos 150 minutos semanais de exercício moderado.”
Outro ponto essencial é o diagnóstico precoce. Exames como colonoscopia, mamografia, Papanicolau e testes de sangue oculto nas fezes devem fazer parte da rotina preventiva — mesmo entre pessoas mais jovens. Quando descoberto no início, o câncer tem muito mais chance de cura e tratamentos menos agressivos.
Felizmente hoje, com a evolução da medicina, receber um diagnóstico de câncer não significa mais uma sentença de morte. As chances de tratamento e cura aumentaram consideravelmente, especialmente quando o paciente conta com uma rede especializada, que oferece tratamentos personalizados. “A medicina de precisão tem feito diferença, principalmente para os mais jovens, que muitas vezes apresentam alterações genéticas específicas. Hoje conseguimos traçar estratégias direcionadas para cada tipo de tumor, com mais eficácia e menos efeitos colaterais”, explica o oncologista da Oncoclínicas, maior grupo especializado em oncologia da América Latina. A companhia conta com centros integrados com tecnologia de ponta, equipe multidisciplinar e abordagem individualizada em todo o território brasileiro, contabilizando mais de 140 unidades no país.
O aumento de casos de câncer entre jovens é um alerta que não pode ser ignorado. Mais do que números, são vidas impactadas por uma realidade que exige atenção, prevenção e mudança de hábitos. Neste Mês de Combate ao Câncer, vale olhar para o futuro com responsabilidade, afinal, cuidar agora é o melhor caminho para viver mais e melhor.
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Itatiaia