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MG: Mulher serve de 'isca' em encontro marcado pelas redes sociais, e comparsas extorquem engenheiro

Publicada em: 10/09/2025 06:06 -

A vítima diz que quando acabou de rezar, a polícia apareceu e pegou os suspeitos

Um engenheiro de 46 anos passou por momentos de terror na manhã desta terça-feira (9/9) após marcar um encontro com uma mulher pelo aplicativo de uma rede social. Ele foi feito refém por cerca de quatro horas até a chegada "milagrosa" da Polícia Militar ao local onde ele estava sendo mantido em cárcere privado. "Foi Deus! Eu estava rezando muito, e quando eu acabei de rezar a polícia chegou", explicou Aquiles Martins.

A vítima contou que estava paquerando uma mulher por um aplicativo de encontros há cerca de dois meses. "Estava tentando marcar um encontro com ela, mas nunca dava certo, até que hoje conseguimos nos conhecer", disse o engenheiro. O encontro foi em uma casa que a mulher indicou, no bairro Nova Contagem, em Contagem, na Grande BH. 

Aquiles disse que ela o encontrou na porta do imóvel com produtos de padaria que havia acabado de comprar, com pretexto de fazerem um lanche. A vítima contou ao Super Notícia que quando eles entraram pelo portão, havia um corredor grande e dois homens apareceram atrás dele com uma arma de fogo. "Eles pediram para eu entrar no banheiro e ficar quieto", contou Martins.

 

Dentro da casa, apareceram mais dois homens que pediram para que ele abrisse o aplicativo do banco e fizesse um Pix na quantia que tivesse na conta. "Eu tinha R$2 mil. Foi o valor que transferi para eles", explicou a vítima.

Logo após o Pix feito, Aquiles foi levado para um quarto onde os suspeitos o pediram para esperar, pois ele iria assinar papéis da compra de um veículo no valor de R$ 40 mil. "Fiquei ali por não sei quantas horas esperando e rezando. Passou um filme na minha cabeça", relatou a vítima, em tom de alívio.

O milagre

Aquiles contou que quando os suspeitos abriram a porta do quarto trazendo os documentos para a compra do carro, os policiais chegaram à casa. "Eu não acreditei, só pensei nas minhas orações", completou a vítima. "Quando entramos no imóvel, conseguimos prender três suspeitos e o outro chegou a pular o muro da casa, mas a nossa equipe conseguiu prender ele também", disse o tenente David Dênio Ferreira, policial que comandou a operação com o apoio de outros três militares.

 

Segundo o tenente, eles chegaram na casa por causa de um vizinho que desconfiou da movimentação estranha e ligou no 190. "Quando chegamos ao local, não sabíamos o que iríamos encontrar exatamente, mas dava a atender que estava ocorrendo uma situação de cárcere privado", explicou Ferreira. 

Os suspeitos presos

Os quatro suspeitos presos têm 32, 27, 20 e 19 anos. O homem de 32 anos possui passagens por roubo, tráfico de drogas e receptação. Os outros três comparsas não têm ficha criminal. A mulher que serviu de 'isca' para a quadrilha fugiu do local antes da chegada da polícia e, até a publicação desta reportagem, ela não havia sido encontrada.

A PM conseguiu achar a réplica de pistola utilizada para ameaçar a vítima, jogada em um dos cômodos da casa. Os quatro presos foram levados para a Delegacia de Polícia Civil de plantão em Contagem, para a realização do Boletim de Ocorrência. Na sequência, serão encaminhados à Justiça onde poderá ser ratificada a prisão em flagrante. Os suspeitos podem ser julgados por formação de quadrilha, cárcere privado e extorsão.

 

Conselho da vítima

Aquiles contou que já havia tido outros quatro relacionamentos pela rede social e que um deles teria durado cerca de um ano. "Vacilei, deveria ter tido mais cuidado como nas primeiras vezes. Marcar em local de mais movimento, mas, graças a Deus, não aconteceu o pior", reconheceu Martins.

A polícia militar orienta os usuários de redes sociais que tenham mais cuidado na hora de marcar esses encontros para não acontecer uma situação mais grave. "Aquiles deu sorte, poderia ter sido pior. Orientamos que as pessoas marquem sempre em locais movimentados, talvez um amigo ou amiga dando um apoio, mesmo que de longe", advertiu o tenente.

 

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