Ministro da Saúde atualizou os números na tarde desta sexta-feira (3/10); São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Paraná concentram os casos
O número de casos confirmados e suspeitos de intoxicação por metanol no Brasil subiu para 113, de acordo com o Ministério da Saúde. A maioria dos episódios está concentrada em São Paulo, que tem 102 pacientes com diagnóstico positivo à contaminação ou que aguardam resultados.
A atualização foi feita pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista à CNN nesta sexta-feira (3/10), e confirmada, em seguida, pela pasta. Padilha citou que são seis casos suspeitos em Pernambuco, dois na Bahia, um no Paraná, dois no Distrito Federal e um no Mato Grosso do Sul.
Há ainda 12 mortes, sendo 11 em investigação: oito em São Paulo, uma em Pernambuco, uma na Bahia e uma no Mato Grosso do Sul. O óbito que teve o diagnóstico positivo à presença do metanol no organismo, por ora, foi identificado em São Paulo (capital).
"As notificações foram informadas até às 16h desta sexta-feira para o Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional (CIEVS)", frisou a pasta. Segundo o Ministério, haverá atualizações diárias, a partir de 17h, do balanço de registros de intoxicações por metanol no país.
A pasta ainda informou que para reduzir o impacto das intoxicações foram adquiridos 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutico - antidoto para situações do tipo. Outras cinco mil ampolas estão sendo compradas para o estoque do Sistema Único de Saúde.
Investigação
Nesta sexta-feira, a Polícia Civil de São Paulo, onde há uma concentração de 90% dos casos, informou que uma das principais linhas de investigação é de que as contaminações por metanol podem ter acontecido no momento da limpeza dos vasilhames com a substância.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), equipes têm feito operações diárias em vários locais para fiscalizar a venda de bebidas e rastrear a origem dos produtos falsificados. A corporação, inclusive, prendeu nesta sexta um homem apontado como um dos principais fornecedores de insumos usados para a falsificação de bebidas destiladas não só na capital paulista, mas também em outras regiões do Estado.
A situação é investigada pela Polícia Federal (PF). O Ministério Público Federal (MPF) também instaurou um procedimento para investigar eventuais infrações penais em intoxicações por metanol através do consumo de bebidas alcoólicas. A investigação é conduzida pela Procuradoria da República do Distrito Federal.
Para que serve o metanol?
O metanol é um álcool usado principalmente na indústria, como matéria-prima para solventes, plásticos, tintas, combustíveis, anticongelantes e até mesmo em processos de geração de energia. O metanol tem aplicação restrita a usos técnicos e é tóxico - e possivelmente fatal - para seres humanos até em quantidades muito pequenas.
Por que o metanol é tóxico?
O metanol é altamente tóxico porque, ao ser metabolizado pelo organismo, se transforma em substâncias como formaldeído e ácido fórmico, que podem causar danos graves ao sistema nervoso e à visão, levando até à morte. Até mesmo inalar o metanol pode ser perigoso e potencialmente fatal.
Qual é a diferença entre etanol e metanol?
O etanol é o álcool presente em bebidas alcoólicas e usado como combustível, podendo ser consumido em doses moderadas. Embora sejam quimicamente parecidos, a diferença está justamente na segurança e nos efeitos no corpo humano, uma vez que o metanol não pode ser ingerido.
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