Agressões aconteceram no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A vítima foi atingida com tapas e chutes
Uma mulher, de 36 anos, foi agredida com diversos tapas e chutes pelo ex-patrão, para quem trabalhava como babá, após uma discussão no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na noite dessa quinta-feira (21/11). Os crimes foram registrados por câmeras de segurança do imóvel onde a vítima trabalha. Apesar de as agressões terem sido gravadas, o homem não foi preso em flagrante.
As imagens mostram a mulher caminhando e discutindo em direção ao homem. Ela se aproxima e continua gesticulando contra o homem. Ao dar as costas, ela percebe que o ex-patrão começa a gravá-la. Ao tentar pegar o aparelho celular, o homem se levanta e a agride com três tapas no rosto.
Na gravação ainda é possível ver que o homem empurra a mulher, que mesmo caída no chão, continua sendo espancada com chutes. O homem então dá as costas e vai embora.
De acordo com o boletim de ocorrência, registrado na tarde desta sexta-feira (21/11), na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, da Polícia Civil de Minas Gerais, além das agressões físicas, a mulher relatou que o homem a xingou com insultos racistas. No documento, consta que a vítima foi chamada de “macaca” e “favelada”. O suspeito ainda teria dito que tem “raiva de preto”.
O que diz a vítima?
Ao Estado de Minas, a vítima, que não será identificada, contou que trabalha para a ex-esposa do suspeito há quatro anos. A mulher relatou que, no último ano, o casal se divorciou e, desde então, o ex-patrão começou a procurá-la para saber o que a ex-companheira fazia e com quem saía. A profissional explica que isso foi o que aconteceu no dia dos fatos.
Ela conta que tinha acabado de chegar ao local de trabalho quando o homem a chamou do lado de fora do prédio, querendo saber para onde a ex-mulher teria ido. Ela afirmou que não sabia e que não podia passar informações sobre o paradeiro da chefe.
“Ele mora na mesma rua e estava vigiando a porta do prédio quando a viu saindo de casa. Eu falei com ele que estava doente e pedi para que me deixasse em paz, mas ele continuou perguntando”, disse a vítima.
Medo
A mulher relata que o suspeito sempre foi agressivo com a família e com outros funcionários. No entanto, até então, as violências eram verbais. No boletim de ocorrência, há a informação de que o homem teria acesso a armas de fogo e as usado para ameaçar a vítima. Agora, ela tem medo de sofrer alguma represália e está tentando uma medida protetiva contra o homem.
“Ele já me ameaçou, dizendo que sabe onde moro, onde minha família mora. Eu tenho medo. Inclusive, já tenho três boletins de ocorrência contra ele”, conta a mulher.
Procurada, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que apura a ocorrência de vias de fato, registrada na noite de ontem. As apurações seguem na 3ª Delegacia de Polícia Civil do Centro de BH. “Outras informações poderão ser repassadas à imprensa após os procedimentos de polícia judiciária.”

