Solomon Ray, desenvolvido pelo artista conservador americano Christopher Townsend, conquistou primeiro lugar com álbum natalino
Solomon Ray, um “artista” gospel inteiramente criado por Inteligência Artificial (IA), conquistou o primeiro lugar na lista dos 100 álbums cristãos mais vendidos no iTunes. O "cantor" virtual, desenvolvido pelo artista conservador americano Christopher Townsend, conhecido como "Topher", também alcançou o topo das paradas da Billboard dos Estados Unidos na semana passada.
O perfil de Solomon Ray no Instagram, onde seu primeiro vídeo foi publicado em 26 de outubro, já acumula cerca de 54,9 mil seguidores. Na plataforma, são compartilhados vídeos de Solomon interpretando suas canções.
Uma publicação recente na rede social celebrou o rápido sucesso do projeto: "Solomon Ray já não é 'a experiência de IA'. Ele é agora a maior nova voz na música gospel - ponto final. O futuro chegou mais rápido do que alguém esperava. E o nome dele é Solomon Ray. (Tudo em menos de 21 dias)".
O álbum natalino "A Soulful Christmas" é o trabalho mais recente da criação por IA, que inclui faixas como "Soul to the World" e "Jingle Bell Soul". No Spotify, Solomon Ray já conta com mais de 506 mil ouvintes mensais.
Na plataforma de streaming, ele é descrito como "um cantor de soul feito no Mississippi, levando um renascimento da alma do sul para o presente. Seus discos são quentes e analógicos, enquadrando letras sobre fé, família, redenção e vida real. Com uma voz como veludo desgastado e cadência de um contador de histórias, ele canta como se estivesse testemunhando por experiência própria: parte convicção de domingo de manhã, parte coragem de sábado à noite".
Topher, criador do projeto, é um artista de hip-hop norte-americano com forte presença conservadora no TikTok. Ele se apresentou em um comício que coincidiu com a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Após esse evento, sua música "The Patriot" foi removida do Spotify e ele foi impedido de realizar transmissões ao vivo no Instagram.
No último dia 19, o artista revelou sua participação no projeto através de um vídeo no Instagram, onde se identificou como "o homem por trás da máquina" e declarou que, "esta é uma extensão da minha criatividade, portanto, para még, é arte. Definitivamente, foi inspirada por um cristão. Pode não ser interpretada por um, mas não sei por que isso realmente importa no final das contas”.
A recepção do público à criação por inteligência artificial tem sido dividida. Alguns usuários expressam preocupação com a possibilidade de pessoas acreditarem que Solomon Ray seja um artista real, comentando "não se deixe enganar por esta música sem alma. É IA!". Há também que rechace totalmente o projeto. “Explorar artistas humanos para que humanos paguem para ouvir os sentimentos de um robô sobre Deus. Não, obrigado”, diz um internauta. Porém, há quem demonstre apreciação por Solomon."Não quero saber se é IA. Eu adoro".
Como as empresas lidam com conteúdos criados por IA?
Em setembro, o Spotify anunciou medidas para proteger artistas contra falsificação de identidade, implementando um "filtro de spam musical" aprimorado e intensificando a fiscalização de "conteúdo enganoso". Apesar dessas iniciativas, as políticas atuais ainda permitem que criadores anônimos publiquem perfis de artistas e músicas geradas por IA.
A Meta, empresa controladora do Instagram, expandiu suas políticas de moderação de conteúdo gerado por IA no ano passado, exigindo a rotulação apropriada desse tipo de material. No entanto, nem todos os vídeos no perfil de Solomon Ray exibem claramente o rótulo indicativo de conteúdo criado por inteligência artificial.
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