O comércio em Minas Gerais avançou pelo sétimo mês consecutivo e registrou aumento de 1,7% no volume de vendas no setor varejista em maio, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Minas ficou acima da média nacional do Brasil, que registrou aumento de 1,2% em maio. No acumulado entre janeiro e maio, Minas registrou crescimento de 5,5%, enquanto o Brasil registrou 5,6%.
A alta foi puxada principalmente pelo setor de farmácias e supermercados, que cresceram 15% e 11%, respectivamente, em relação a maio do ano passado. De acordo com a Associação Mineira de Supermercados (AMIS), com empresas supermercadistas de todos os portes e em todo o estado, o consumo das famílias nos supermercados mineiros cresceu cerca de 7,14% em maio no comparativo com abril. O segmento também cresceu 2,27% na comparação com maio de 2023.
De acordo com Paulo Casaca, economista da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), já é recorrente que Minas Gerais tenha resultados melhores em relação ao cenário nacional por conta da sua localização geográfica e diversos outros fatores.
“Ligamos o Sul ao Nordeste, o que nos torna competitivos. Também concentramos diversos Centros de Distribuição, como Amazon e Mercado Livre, o que favorece o varejo. Sem falar na nossa malha rodoviária, que permite o escoamento de muitos produtos e a concretização dos negócios”, afirma.
Além do aspecto local, o especialista também argumenta que o momento econômico favorável pelo qual o país tem passado também colabora para os resultados positivos. “Temos as taxas de desemprego mais baixas desde 2014 e a maior massa de rendimentos desde 2012, quando passamos a medir a série histórica. Também temos crescimento de crédito e políticas públicas, como o Bolsa Família e o Desenrola, que aumentam o poder de compra da população mais pobre”, analisa.
Nessa “maré positiva”, a inflação controlada também conta positivamente. A inflação atual é de 4,23%, no acumulado de 12 meses. A meta atual é de 3%, podendo variar 1,5% para cima ou para baixo (limite máximo de 4,5%). “Quando os preços não estão subindo sistematicamente, a população adquire maior poder de compra e acaba gastando mais no varejo”, aponta.
Já Ana Paula Bastos, economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), aponta que o Dia das Mães foi um dos fatores que ajudaram a alavancar os resultados de Minas em maio. “Temos uma melhora no cenário econômico, com menos desemprego e mais renda disponível, então as pessoas compram mais. A inadimplência também diminuiu, atingindo uma taxa de 0,46% em maio. Até o setor de móveis e eletrodomésticos, que tem produtos mais caros e depende mais do crédito dos consumidores, está aquecido”, analisa. Para André Coelho, diretor da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), a expectativa é positiva e o varejo tem potencial de encerrar 2024 com resultados históricos - apesar de não revelar projeções exatas.
“O segundo semestre já é um período mais aquecido que o primeiro quando falamos em vendas. Este resultado pode ser ainda melhor com o cenário econômico favorável e os feriados caindo nos fins de semana. Quanto mais dias úteis com o comércio funcionando, melhores serão os números”, salienta.
Fonte: O tempo