Entre os motivos do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPEpara pedir a prisão preventiva do cantor Gusttavo Lima está o fato de que ele ajudou dois investigados da Operação Integration a fugirem do Brasil. Após pedir a prisão do sertanejo, a juíza Andrea Calado da Cruz pediu a inclusão dos nomes de José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha na lista de Difusão Vermelha da Interpol.

Na decisão, a magistrada afirma que o casal foi com o sertanejo para a Grécia no início do mês. Porém, na volta, os investigados não teriam voltado com o cantor, dando indícios de que teriam ficado no continente europeu.

José André da Rocha Neto é o dono da “Vai de Bet”, uma das empresas de apostas esportivas investigadas por lavagem de dinheiro associada ao jogo do bicho e a jogos de azar, como apostas esportivas e cassinos online. Ele tem um mandado de prisão em aberto no Brasil, e é considerado foragido.

A esposa dele, Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha, também tem um mandado de prisão em aberto, sendo considerada foragida. Agora, com a inclusão do nome de ambos na lista de Difusão Vermelha da Interpol, podem ser presos em outro país.

A Difusão Vermelha (Red Noticetambém possibilita que a divulgação, entre os Estados-Membros, de que existe um mandado de prisão em aberto, culminando na detenção e extradição do suspeito.

Além de José André e Aislla Sabrina, a juíza pediu a inclusão dos nomes de Rayssa Ferreira Santana Rocha e Thiago Lima Rocha na lista da Interpol.

A Itatiaia tentou entrar em contato com a defesa do cantor, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.

Juíza considerou atitude de Gusttavo Lima como ‘falta de consideração pela Justiça’

Segundo Cruz, o casal teria ido de “carona” no jatinho do cantor. “Na ida, a aeronave transportou Nivaldo Lima e o casal de investigados, seguindo o trajeto Goiânia – Atenas – Kavala. No retorno, o percurso foi Kavala – Atenas – Ilhas Canárias – Goiânia, o que sugere que José André e Aislla possam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha”, escreveu.

A magistrada ainda afirmou que a atitude de Gusttavo Lima fez com que uma investigação contra ele fosse instaurada.

“Esses indícios reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma investigação minuciosa, evidenciando que a conivência de Nivaldo Batista Lima com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”, diz trecho da decisão.

Ainda segundo a juíza, o fato do sertanejo ter ajudado o casal foragido evidencia uma “falta de consideração com a Justiça”.

"É imperioso destacar que Nivaldo Batista Lima [nome verdadeiro de Gusttavo Lima], ao dar guarida a foragidos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas. A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado”, escreveu Cruz

fonte: itatiaia