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13º salário deve injetar mais de R$ 29 bilhões na economia de Minas Gerais

Publicada em: 15/11/2024 06:41 - Notícias

 

A economia de Minas Gerais deve receber, até o final do ano, aproximadamente R$ 29,7 bilhões oriundos do 13º salário, conforme estima estudo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese). O recurso é 8% maior que o estimado em 2023, que foi de R$ 27,5 bilhões.

Os recursos do 13º salário contabilizados no Estado representam aproximadamente 9,2% do total do benefício estimado para o Brasil e 18,4% da região Sudeste. O montante representa ainda em torno de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIBestadual.

Segundo os cálculos do Dieese, 10 milhões de pessoas devem receber o 13º salário em Minas Gerais. O número equivale a 10,9% do total que terá acesso ao benefício em todo o País. Com relação à região Sudeste, o número corresponde a 23,1%.

O levantamento aponta ainda que os empregados formalizados vão receber 64,6% (R$ 19,2 bilhõesdo valor total calculado pelo Dieese, enquanto os aposentados e pensionistas ficarão com 35,4% (R$ 10,5 bilhões).


 

Segundo o supervisor técnico do Dieese/MG, Fernando Duarte, chama a atenção a média do valor pago por pessoa, que foi estimada em R$ 2.588,40.  O valor é 0,35% menor do que o estimado em 2023, que foi de R$ 2.597,56.

Para os trabalhadores do mercado formal, a média também caiu, passando de R$ 3.259,92 no ano passado, para R$ 3.190,93 este ano, uma redução de 2,16%. Somente o valor médio do 13º salário dos aposentados e pensionistas em Minas Gerais, possui uma estimativa mais alta, passando de R$ 1.608,46 no ano passado para R$ 1.682,39 este ano. 

“A gente estima que esta redução do valor médio seja em função do aumento do número de beneficiários no mercado formal que foi de 4,85%. Este ano o estimado é que esse número ultrapasse a casa dos 6 milhões”, pontua.

Entretanto, Duarte explica que, como o Dieese não tem o número de beneficiários e pensionistas da base de dados do Estado e dos municípios, não é possível consolidar o motivo dessa redução.


 

Houve esse aumento de trabalhadores do mercado formal, o que leva a gente a entender que, como há mais beneficiários, isso acaba impactando. Porém, a gente não consegue mensurar e cravar motivos. Contratações com salários um pouco mais baixos podem ter acontecido, mas seria preciso um estudo específico que não foi o nosso foco. Porém, chamou a atenção inclusive porque não foi só em Minas Gerais. Outros estados também registraram esta queda no valor médio do trabalhador do mercado formal”, explica.

A estimativa é que, dos 10 milhões de beneficiários contabilizados, 60,1% sejam empregados do mercado formal, celetistas ou estatutários e 2% no emprego doméstico com carteira assinada. Pensionistas e aposentados do INSS equivalem a 39,9%.

Já com relação ao aumento do volume de 13º previsto para este ano, Dutra atribui, além do aumento do número de trabalhadores no mercado formal, ao reajuste do salário mínimo e às negociações trabalhistas acima da inflação.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Cagedmostram que, de janeiro a setembro, Minas Gerais abriu 204,2 mil vagas com carteira assinada, o que confirma o bom momento para a geração de empregos.


 

O reajuste do salário mínimo, na avaliação do especialista do Dieese, também impactou. Desde o dia 1º de janeiro de 2024, o benefício teve incremento de 6,97%, passando de R$ 1.320 para R$ 1.412. O salário mínimo é a base de benefícios previdenciários e assistenciais. Seis em cada dez aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSSrecebem o piso, incluindo aposentadoria, pensões e auxílios.

Os reajustes salariais das convenções coletivas também são apontados como fatores que impactaram positivamente na avaliação do especialista do Dieese. Dados da própria instituição mostram que, na análise de 166 negociações de reajustes da data-base setembro registradas no mediador até 10 de outubro, 89,2% resultaram em ganhos acima da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE). 

Volume menor de pessoas vai receber o 13º salário em BH

Em Belo Horizonte, menos pessoas devem receber o 13º salário em 2024, segundo a pesquisa “Destino do 13º salário”, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead).


 

Do total de entrevistados na capital mineira, 46,08% afirmaram que receberam ou irão receber o benefício, o que representa uma queda de 6,95% este ano frente ao resultado de 2023. Entretanto, o recuo não significa uma piora no mercado de trabalho, mas sim uma mudança no perfil das modalidades trabalhistas, em que mais pessoas são microempreendedores individuais, por exemplo.

Pagamento do 13º salário deve injetar cerca de R$ 321,4 bilhões na economia brasileira

Ainda de acordo com o Dieese, o pagamento do 13º salário deve injetar na economia brasileira cerca de R$ 321,4 bilhões. Volume que representa aproximadamente 3% do do Produto Interno Bruto (PIBdo País. Cerca de 92,2 milhões de brasileiros serão beneficiados com rendimento adicional, em média, de R$ 3.096,78.

A parcela mais expressiva do 13º salário (50%deve ser paga nos estados do Sudeste, região com maior participação relativa no PIB do País e que concentra a maioria dos empregos formais e aposentados e pensionistas. No Sul, devem ser pagos 16,7% do montante e no Nordeste, 15,9%. Já as regiões Centro-Oeste e Norte cabem, respectivamente, 9% e 5%. 


 

Para o cálculo do pagamento do 13º salário em 2024, foram reunidos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Raise do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego.

Também foram consideradas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Previdência Social e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

 

 

 

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