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Pessoas que sentem cheiro de barata têm uma habilidade rara no DNA

Publicada em: 27/08/2025 06:32 -

Odor da barata, parecido com o de peixe em decomposição, só é absorvido por certas pessoas porque nem todas tem o gene funcionando para detectar o cheiro

 

capacidade de detectar o odor específico das baratas não é uma habilidade universal. Apenas algumas pessoas conseguem sentir o cheiro de barata, e isso tem uma explicação científica fascinante.

A resposta está literalmente escrita no seu código genético, mais especificamente no gene TAAR5 localizado no cromossomo 6 humano.

A ciência por trás da detecção do cheiro de barata

As baratas liberam trimetilamina (TMA), uma substância química que funciona como meio de comunicação entre os insetos. Essa molécula tem um odor característico, frequentemente descrito como desagradável e semelhante ao cheiro de peixe em decomposição.

 

Para detectar essa substância, o organismo humano precisa de uma proteína específica codificada pelo gene TAAR5. Esta proteína atua como um receptor olfativo especializado, capaz de reconhecer e processar os sinais químicos da trimetilamina.

O interessante é que nem todos possuem esse gene funcionando adequadamente. Uma mutação que substitui o aminoácido serina por prolina pode reduzir drasticamente ou eliminar completamente a capacidade de detectar esse odor.

Por que algumas pessoas nunca sentem esse cheiro?

A habilidade de sentir cheiro de barata segue um padrão de herança autossômica dominante. Isso significa que basta ter uma cópia funcional do gene para conseguir detectar o odor.

Somente pessoas que herdam duas cópias mutadas do gene TAAR5 (homozigotos recessivos) são completamente incapazes de sentir o cheiro. Estes indivíduos representam uma minoria da população.

 

Estudos indicam que aproximadamente 7% da população mundial possui anosmia específica para trimetilamina, ou seja, não conseguem detectar essa substância em particular.

Como é o cheiro que só alguns conseguem sentir?

Descrever esse odor para quem nunca sentiu é um desafio. As pessoas que conseguem detectá-lo relatam sensações bem específicas:

  • Cheiro metálico misturado com algo oleoso e rançoso;
  • Odor similar ao formol ou produtos químicos de laboratório;
  • Aroma parecido com peixe estragado ou em decomposição;
  • Sensação que combina cheiro e gosto, criando uma experiência sensorial única.

Muitas pessoas descrevem que conseguem sentir o cheiro de barata à distância, funcionando como uma espécie de radar natural para detectar a presença desses insetos no ambiente.

Outros animais também têm odores detectáveis geneticamente?

A capacidade de detectar odores específicos não se limita apenas às baratas. Algumas pessoas também relatam conseguir sentir cheiro de formigas, especialmente quando estão mortas.

Essa variação na percepção olfativa individual explica por que experiências sensoriais podem ser tão diferentes entre pessoas. Com mais de 400 receptores olfativos diferentes, pequenas variações genéticas criam um mundo sensorial único para cada indivíduo.

A pesquisa científica continua investigando outros fatores que influenciam a percepção de odores, incluindo idade, exposição prévia e até mesmo estado emocional.

Qual a importância dessa descoberta para a ciência?

 

O estudo dos receptores olfativos humanos abre portas para compreender melhor como nosso sistema sensorial funciona. Esta pesquisa tem aplicações práticas em diversas áreas:

  • - Na medicina, pode ajudar no desenvolvimento de testes diagnósticos baseados em alterações do olfato;
  • - Na indústria alimentícia, contribui para criar produtos que atendam melhor às variações individuais de percepção.

Estado de minas

Além disso, compreender essas diferenças genéticas ajuda a explicar por que tratamentos e repelentes podem funcionar de forma diferente para cada pessoa.

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