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Valor médio das dívidas de consumidores mineiros sobe 10,7% em julho

Publicada em: 23/08/2024 06:15 - Notícias

 

Percentual refere-se a julho na comparação ao mesmo mês de 2023; Minas está entre os três estados que mais regularizaram débitos no Serasa Limpa Nome

 

O valor médio dos débitos de consumidores em Minas Gerais aumentou 10,77% em julho em relação ao mesmo mês do ano passado. A quantia atingiu a marca de R$ 5.183,80 – equivalente a 3,6 salários mínimos – e acumula alta de 3,37% no ano. Os dados são do Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa.

Apesar do aumento nas comparações ano a ano e ao longo de 2024, o valor médio das dívidas dos mineiros diminuiu R$ 94,64 em relação a junho (R$ 5.278,44). É a primeira queda em seis meses. Especialistas em finanças afirmam que a redução mensal é um efeito de programas de renegociação, do crescimento econômico e de maior educação financeira dos consumidores, principalmente após superar uma situação de inadimplência (leia análise ao final do texto).

Na média do País, a redução em julho foi ainda maior, de R$ 108,83, a maior da série histórica desde 2020. Mesmo assim, o valor médio das dívidas dos consumidores no Brasil (R$ 5.373,46subiu 9,2% comparado com o mesmo período de 2023 e acumula alta de 1,15% em 2024.

Minas Gerais ainda apresentou alta de 3,44% no volume de endividados em julho em relação ao mesmo mês do ano anterior, com cerca de 6,8 milhões de consumidores no cadastro de negativação. Apesar de acumular uma pequena alta de 0,76% durante o ano, o número de mineiros endividados retraiu pelo terceiro mês seguido.

 

Já no Brasil, em julho, o volume de endividados cresceu 1,7% na comparação ano a ano e 0,59% no acumulado de 2024. O número de consumidores no cadastro de negativação no País alternou entre redução e aumento ao longo de todo o ano. O valor total das dívidas dos brasileiros chegou a R$ 390,5 bilhões.

O levantamento da Serasa aponta que bancos e cartões de crédito seguem como principal segmento das dívidas em Minas Gerais, com cerca de 28,02% do total de débitos. Em seguida, aparecem as contas básicas de água, luz e gás (21,37%e as financeiras (16,36%), empresas que concedem crédito, mas não são bancos.

Destaque de Minas Gerais na renegociação de dívidas

Minas Gerais está entre os três estados do Brasil que mais regularizaram débitos no Serasa Limpa Nome, a maior plataforma de renegociação de dívidas do País. No último levantamento de julho, foram mais de 255 mil acordos fechados. O Estado está atrás apenas de São Paulo (946 mile Rio de Janeiro (316 mil).

A especialista na área de crédito da Serasa, Mayara Oliveira, destaca que a redução mensal do valor médio das dívidas e do volume de endividados, em Minas, é uma consequência dessa alta renegociação do Estado, além de fatores sazonais. “A gente ainda está no calendário de restituição no Imposto de Renda (IRPF). Muitas pessoas podem estar utilizando essa fonte de renda extra momentânea para renegociar dívidas e, então, pode ser também um reflexo disso ainda”, disse.

Especialista em finanças e professor de economia da UNA, Wagner Cardoso comenta que as reduções, de junho para julho, do valor médio dos débitos e do número de inadimplentes no Estado, demonstram a retomada do crescimento econômico. “Essa recuperação econômica pós-pandemia veio com impactos muito fortes para que as pessoas voltassem para o mercado de trabalho e principalmente voltassem a consumir e renegociar seus débitos”, explica.

Ele explica que o consumidor em geral busca renegociar suas dívidas principalmente para poder ter acesso ao crédito e consumir no segundo semestre, que reserva datas comemorativas como o Natal. E que, após renegociar, ele fica mais cuidadoso para não retornar à inadimplência. “Isso reflete uma mudança do consumidor, principalmente o de Minas Gerais, que é mais cauteloso”, pontua.

O professor aponta que a maior educação financeira das pessoas, inclusive, é um dos fatores para a redução dos indicadores de endividamento. Além dos já citados programas de renegociação, como o Desenrola, e programas de transferências de renda, que auxiliam famílias mais vulneráveis economicamente a manter as contas em dia.

Por fim, Cardoso aponta que a manutenção e possível alta da taxa básica de juros (Selicpelo Banco Central (BCpode afetar o endividamento dos consumidores. “É um dos principais fatores que vai influenciar o consumo das famílias, muito atrelado ao parcelamento. A partir do momento que atrasa uma das parcelas e os juros são altos, a tendência é que aumente a inadimplência”, finaliza.

 

fonte: diario do comercio

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